Salário mínimo já perdeu quase R$ 100 em poder de compra neste ano

Cálculo feito pelo iG com base no IPCA mostra que o brasileiro deveria receber, no mínimo, R$ 1202,90

Salário mínimo já perdeu quase R$ 100 em poder de compra neste ano
Foto: Fernanda Capelli
Salário mínimo já perdeu quase R$ 100 em poder de compra neste ano

Quem recebe um salário mínimo (R$ 1.100 em 2021) já perdeu R$ 93 em poder de compra desde o início do ano. Isso porque o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, já acumula uma alta de 9,26% até novembro. Para comprar as mesmas coisas que comprava com esse valor naquele mês, o brasileiro precisaria receber, no mínimo, R$ 1.201,90.

Os dados foram levantados pelo iG utilizando a calculadora do próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os resultados apontam que o salário mínimo atual estaria valendo cerca de R$ 1007. Considerando o acumulado nos últimos 12 meses, que é de 10,74%, a diferença é ainda maior: em comparação com novembro de 2020, o mínimo perdeu R$ 116 em poder de compra. 

Vale lembrar, no entanto, que a conta é feita com base no IPCA, que mede a variação do custo de vida para famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. O levantamento é feito pelo IBGE nas grandes regiões do país, especialmente nas áreas urbanas. Portanto, é esse índice que pode ser sentido no bolso de grande parte dos brasileiros.

Para calcular o reajuste do salário mínimo, no entanto, o governo usa como referência o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que aponta a inflação para os mais pobres. Ele, por sua vez, já acumula alta de 9,36% no ano e 10,96% em 12 meses. Em um cenário que essa porcentagem continue a mesma, o piso salarial deveria chegar a R$ 1202 no ano que vem.

Em 2021, o valor do salário mínimo não repôs a inflação do ano passado. A correção aplicada pelo governo foi de 5,26%, mas o IPNC ficou acima disso, em 5,45%. Para que não houvesse perda do poder de compra, o piso teria que ser reajustado para R$ 1.102.

Em agosto, o então secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, afirmou que os R$ 2 restantes devem ser recompensados pelo governo no fim deste ano – quando for enviada a medida provisória que corrigirá o salário mínimo em 2022.