"Imaginamos que a inflação no ano que vem comece a descer", diz Guedes
Ministro da Economia aposta em investimentos privados para reduzir preços
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil deve observar queda nos índices inflacionários a partir do ano que vem. Ele culpou a pandemia que elevou os preços globalmente ao maior nível em 30 anos em países como Estados Unidos, China e Alemanha.
"Nós imaginamos que a inflação no ano que vem comece a descer, e o Brasil consiga fazer essa transição de uma economia de guerra para uma de mercado vigorosa com os investimentos privados acontecendo", avaliou no "Opinião no Ar", da RedeTV.
A inflação medida pelo IPCA subiu 0,95% na passagem de outubro para novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10). Com o resultado, o indicador acumula alta de 10,74% nos últimos 12 meses, superando levemente o patamar de janeiro de 2016, quando a inflação chegou a 10,71%, pico do índice atingido no governo de Dilma Rousseff.
Guedes também agradeceu a Deus por deixar os efeitos da pandemia para trás e ressaltou a capacidade do governo em digitalizar 68 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial.
"O Brasil caiu menos do que o esperado, voltou mais rápido, e está crescendo em torno de 5% esse ano. O Brasil se levantou, estamos em pé de novo."
O ministro defendeu os invisíveis e o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400. Segundo ele, a política econômica liberal também precisa olhar para os vulneráveis.
"A economia está se reativando agora, o programa [auxílio emergencial] teve tanto sucesso que ao invés de ficar com o Bolsa Família, que era mais baixo, em torno de R$ 170, R$ 180, o presidente mais do que dobrou o programa. Não se envergonhem os liberais do Auxílio Brasil, porque nós somos liberais, mas somos democratas", disse. "Então, essa renda mínima [Auxílio Brasil] é o remédio prescrito pelos liberais democratas."
Nesta sexta-feira (10), o crédito foi feito para os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) de final de 1.
Sobre as promessas de privatizações, o ministro culpou o Congresso pelo atraso, já que "sendo uma democracia, você não faz o que você quer".
"Eu queria ter privatizado a Petrobras, Eletrobras, Correios. É dramático que um governo eleito, numa aliança com liberais que quer é privatizar, não consiga. Esbarra primeiro numa medida liminar, depois vai parar no Supremo, depois autorização do TCU", falou.
"Ora, é o desejo da população, o presidente foi eleito com essa plataforma. Por que nós não conseguimos fazer algo que o presidente foi eleito para fazer? Então estamos nessa luta."