Guedes culpa clima por PIB negativo

Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, justificou recuo de 0,1% do PIB por crise hídrica e geadas.

Paulo Guedes, ministro da Economia
Foto: Washington Costa/ASCOM ME
Paulo Guedes, ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ao g1 nesta quinta-feira (2) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) foi uma consequência "localizada" das condições climáticas. Ele segue confiante que a economia irá crescer entre 5% e 5,2% neste ano.

"A agricultura caiu 8%, mas setor de serviços, por exemplo, se recuperou. Foi uma queda localizada", afirmou, acrescentando que segue confiante também para 2022.

"Falar em crescimento é falar em investimento", disse o ministro, que ressaltou que a taxa de investimento na economia está em quase 20%. "Ponto mais alto desde o 3º trimestre de 2014", completou.

A pasta emitiu uma nota ressaltando os pontos positivos do resultado divulgado hoje, entre eles destaca que "mais importante do que considerar o número do crescimento, é observar a sua qualidade"

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse que a queda de 0,1% do PIB no terceiro trimestre do ano se deu por conta de "choques externos da natureza", como a crise hídrica e geadas.

Mesmo assim, ele não nega que o resultado seria baixo. Segundo o secretário, a atividade econômica teria registrado alta de 0,3% com uma "ajudinha" do clima.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e se referem ao conjunto de bens e serviços produzidos pelo país.

No trimestre imediatamente anterior, a economia já havia registrado queda de 0,4%, como essa é a segunda queda seguida, o país já considera estado de recessão técnica.

"Mais importante do que o numero é a qualidade do crescimento econômico. Temos que separar o que são choques externos da natureza do que são efeitos de política econômica", afirmou Sachsida ao g1.

E acrescentou: "Quando olhamos os dados, temos um forte efeito climático decorrente da maior crise hídrica em 90 anos e geadas localizadas que afetaram negativamente a agropecuária. Isolando esse efeito negativo, a atividade teria crescido aproximadamente 0,3% no terceiro trimestre em relação ao segundo".

Sobre a previsão para 2022, Sachsida disse que "prefere aguardar" para revisar a previsão. No mês passado, a Secretaria de Política Econômica baixou de 2,5% para 2,1% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto para o próximo ano. Os economistas do mercado, no entanto, esperam alta de apenas 0,58%.

Como contraponto, Sachsida aponta a melhora no índice de poupança e da taxa de investimento. "Dessa forma, salienta-se a melhora na qualidade do crescimento do PIB brasileiro", disse.

Ele também pontua que o crescimento global no ano que vem deve favorecer a economia brasileira. "Apesar da recente piora do ambiente externo na margem com riscos no radar, as projeções de crescimento global para o ano que vem ainda são positivas, e há boas perspectivas para o comércio exterior brasileiro", acrescentou.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolimento Econômico) revisou as previsões de crescimento da economia brasileira. As estimativas para o PIB caíram de 2,3% em 2022, no relatório divulgado em setembro, para 1,4%, no documento divulgado nesta quarta. Para 2021, também houve revisão para baixo, de 5,2% para 5%.

Para a economia global, a OCDE revisou a expansão do PIB levemente para baixo, de 5,7% para 5,6% em 2021. Para 2022, o índice permaneceu inalterado em 4,5%.