Brasil entrou em recessão: saiba o que é e como te afeta
Resultado negativo do PIB pelo segundo trimestre seguido aponta quadro de “recessão técnica”.
No segundo trimestre do ano, a economia brasileira já havia registrado queda de 0,4%, agora no terceiro recuou novamente, 0,1%. Como essa é a segunda queda seguida, o país já entra em estado de recessão técnica. Mas, afinal de contas, o que é uma recessão? E como isso afeta a vida dos brasileiros
Segundo a agência Bloomberg, recessão é um período de contração no ciclo econômico, isto é, de retração geral na atividade econômica, com queda no nível da produção (medida pelo Produto Interno Bruto), aumento do desemprego, queda na renda familiar, redução da taxa de lucro, aumento do número de falências e concordatas, aumento da capacidade ociosa e queda do nível de investimento.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) se referem ao conjunto de bens e serviços produzidos pelo país.
Apesar de agora ser oficial, especialistas do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas dizem que o Brasil está em recessão desde março de 2020, quando são considerados parâmetros mais amplos de emprego, renda e qualidade de vida.
"A gente não reconhece o termo recessão técnica. O comitê se reúne quando existe algum fato novo, e isso ainda não ocorreu. O desemprego continua alto, com uma inflação que vai para dois dígitos. Se o Codace se reunir é para dizer que a recessão piorou", alfineta Claudio Considera, pesquisador associado da FGV IBRE ao jornal GLOBO.
Em 2020, auge da pandemia de Covid-19, o Brasil recuou 4,1%. Com o crescimento esperado de 4,78% neste ano, no biênio a economia permaneceu praticamente estagnada. Ao mesmo tempo, a população cresceu 0,9%, o que indica perda no PIB por pessoa.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, segue confiante e aposta em crescimento maior que 2% para o PIB em 2022, mas o pessimismo dos economistas do mercado, que projetam alta de 0,58%, pode afetar as expectativas do ministro.
Isso porque esse sentimento será precificado nos juros e nos ativos, fazendo com que a inflação e a desconfiança permaneçam elevados.