Onyx diz que renda menor é "natural": "Pergunta aos argentinos se têm emprego"

Ministro do Trabalho disse que o pós-pandemia traz empregos de menor qualificação

Ministro do Trabalho disse que o pós-pandemia traz empregos de menor qualificação
Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
Ministro do Trabalho disse que o pós-pandemia traz empregos de menor qualificação

O recuo na taxa de desemprego que ficou em 12,6% no trimestre encerrado em setembro , uma queda em relação aos 14,2% registrados em junho, não mascarou a realidade: o brasileiro está ganhando menos em postos de menor qualificação. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o salário médio caiu 4% no 2º trimestre de 2021.

Para o ministro Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência, a renda menor é "natural" no contexto de recuperação econômica pós-pandemia. 

"É natural que, no meio de uma economia de guerra, os primeiros empregos sejam os empregos de mais fácil preenchimento, de menor rentabilização”, afirmou durante o Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), evento realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em Brasília nesta terça-feira (30).

Ele minimizou a queda na massa salarial comparando o Brasil aos países vizinhos. 

“Em relação à crítica de que o emprego hoje tem valor menor… Gente, nós temos empregos. Pergunta para os argentinos se eles têm emprego. Pergunta para os mexicanos se têm emprego, pergunta para a Colômbia”.

A taxa de desemprego na Argentina é de 9,6% segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), e na Colômbia de 13%, informou a Bloomberg.

Onyx segue confiante que a retomada econômica ajudará a melhorar o rendimento, mas economistas do mercado financeiro já falam em recessão em 2022. 

“Tem que ser construída uma plataforma que permita a transição da informalidade para a formalidade. Esse caminho só vai acontecer, principalmente com os jovens nem, nem, à medida que tenham oportunidade”, afirmou o ministro. 

Lorenzoni aposta no projeto batizado de  "minirreforma trabalhista"  para retomar o emprego. A proposta já  foi derrubada pelo Senado , mas o ministro afirmou que o governo tentará retomar pontos da medida. Entre os programas previstos no texto, havia previsão de uma nova modalidade de emprego com a contratação de jovens sem carteira assinada.

“O projeto está pronto e deverá ser apresentado na virada do ano. Vai atender administrações municipais e empresas. Estamos discutindo se vem por medida provisória ou projeto de lei”, afirmou. Para ele, essa experiência profissional permitirá que esses jovens entrem no mercado de trabalho formal.