Por falta de dinheiro, auxílio-diesel para caminhoneiros deve ficar só no papel
Dois meses depois do anúncio a proposta deve ficar só no discurso por falta de espaço no Orçamento
O presidente Jair Bolsonaro afirmou em outubro que o governo decidiu pagar uma "ajuda" para caminhoneiros autônomos, como compensação pelos reajustes recentes no preço do diesel. Dois meses depois e a proposta deve ficar só no discurso por falta de espaço no Orçamento
Segundo a Folha de São Paulo, o vale foi preterido pelo presidente Jair Bolsonaro diante de todos as promessas feitas pelo "pacote eleitoral" do mandatário, que inclui: desoneração da folha de pagamentos por 2 anos, aumento para servidores, fundo eleitoral e vale-gás.
Bolsonaro não entrou em detalhes, mas disse que em torno de 750 mil profissionais autônomos seriam beneficiados. A categoria respondeu mal à proposta que classificou como esmola. Os caminhoneiros pedem fim da política de reajuste da Petrobras e piso digno para o frete.
A ajuda aos caminhoneiros deveria ser de R$ 400 por mês até dezembro de 2022. A medida terá um custo de cerca de R$ 4 bilhões e seria paga coma PEC dos Precatórios.
Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, o auxílio diesel teria um custo anual próximo a R$ 3,6 bilhões, mas o Ministério da Economia estima apenas R$ 1,1 bilhão após os gastos com as promessas do presidente.
Na equipe econômica, o auxílio-caminhoneiro não é prioridade. É dito entre os integrantes que, para sair do papel, o programa terá de competir com as demais medidas em análise.
Essa é a mesma visão sobre outras medidas aventadas recentemente por Bolsonaro, como um reajuste para servidores públicos.
"São escolhas legítimas de uma democracia. Agora, para dar aumento a servidores, eu vou deixar de usar para outra coisa. É uma escolha a ser feita", afirmou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica, no dia 17 deste mês.