Silva e Luna diz que Petrobras não é responsável por todos os reajustes
Em audiência no Senado, Joaquim Silva e Luna afirma que dos 15 reajustes neste ano, houve 38 reflexos ao consumidor
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, negou nesta terça-feira que a estatal seja culpada pelo aumento da gasolina. Segundo ele, empresa fez 15 reajustes em 2021, mas foram contabilizados 38 reflexos ao consumidor. Ele destacou que a empresa pratica preço de mercado
"Nem todos reajustes que aparecem na bomba de combustíveis tem a ver com a Petrobras", afirmou Silva e Luna, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). "A alta de preços dos combustíveis não corresponde à Petrobras e está sendo colocada na conta dela."
O presidente da Petrobras apresentou uma tabela afirmando também que, na formação dos preços, a Petrobras teve parcela de R$ 0,99, mas na bomba o valor chegou R$ 2,24 a mais aos consumidores. Os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), segundo ele, consideraram apenas os valores superiores a um centavo.
De acordo com a ANP, o valor médio do litro da gasolina no país passou de R$ 6,753 para R$ 6,752, nas últimas duas semanas. No ano, o avanço do preço médio chega a 50%.
Reação em comissão do Senado
Na audiência, o presidente da Petrobras disse que a estatal ficou sem reajustar o GLP, o gás de cozinha, por 92 dias, 85 dias sem alterar o preço do diesel e 56 o da gasolina. A declaração gerou reação do senador Omar Aziz (PSD-AM).
"O salário do trabalhador brasileiro não é alterado em 90 dias, como é alterado o preço dos combustíveis hoje quase que diariamente. É porque se fala como uma ênfase, como se fosse algo sobrenatural. Noventa dias é uma brincadeira, como se tivesse fazendo um grande favor aos brasileiros", disse Aziz.
Para o período entre os dias 14 e 20 de novembro, o preço médio do diesel se manteve estável, em R$ 5,356 por litro. No ano, o aumento chega a 48,5%.
No GLP, o gás de botijão também teve um leve recuo, passando de R$ 102,52 para R$ 102,27. Desde janeiro, a alta é de 37,1%.
Na audiência, Luna e Silva defendeu que a estatal não é um monopólio.
"A Petrobras tem que atuar como empresa privada, tem que praticar preço de mercado, a aplicação artificial de políticas públicas só pode ocorrer mediante prévio contrato com acionista controlador… no caso de acontecer, a Petrobras tem que ser ressarcida", explicou o presidente, lembrando que isso ocorreu no governo de Michel Temer.
Também participam da audiência o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, e secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Rafael Bastos da Silva.