Tereza Cristina espera que embargo chinês à carne bovina acabe em dezembro
Ministra da Agricultura disse não acreditar em suspensão da compra de carne bovina pelos americanos
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que, após a liberação do ingresso na China da carne bovina com certificados sanitários emitidos até 3 de setembro — um dia antes do anúncio dos casos de vaca louca no interior do país — o próximo passo será o fim do embargo "daqui para frente”. Ou seja, a volta das compras, pelos chineses, de carnes produzidas após a Organização Mundial de Saúde Animal anunciar, dois dias depois da notificação, que o Brasil continua com status de país de risco insignificante para a doença.
"A liberação dos certificados sanitários emitidos até o dia 3 de setembro alivia um pouco os exportadores. Havia muitos contêineres no mar. Agora temos o próximo passo, que é liberar a carne brasileira daqui para frente", disse a ministra.
Tereza Cristina disse que as negociações com as autoridades chinesas estão em andamento. Ela acredita que a situação será resolvida até o próximo mês.
Segundo a ministra, parte do que não foi para a China acabou sendo vendido nos Estados Unidos. Daí a reação dos pecuaristas americanos, que pediram ao governo dos EUA que suspendesse a entrada de carne bovina in natura do Brasil.
"Não acredito em suspensão pelos EUA, pois seria um embargo comercial, uma vez que não há motivo sanitário para isso."
Ela voltou a afirmar que a carne brasileira é segura:
"Não tem nada descontrolado, nunca houve. Foram casos atípicos. Tanto que a autoridade mundial, que é a OIE (Organização Mundial da Saúde Animal, sigla em inglês) liberou o Brasil em dois ou três dias. Rapidamente o caso foi concluído e todos os países membros da OIE liberaram a carne (brasileira). Só a China que tem um protocolo diferente com o Brasil e que o Brasil teve que fazer a sua auto suspensão. Por isso, só a China ficou com esse problema, mas está tudo solucionado. Não existe nenhum motivo para preocupação nem dos nossos consumidores, nem dos consumidores externos", disse a ministra.