Pastore diz que oferece "cooperação espontânea" a Moro
Ex-presidente do BC disse que não está "fazendo jogo" para ser ministro
O ex-presidente do Banco Central (BC), Affonso Celso Pastore, negou "estar fazendo jogo" para se tornar ministro da Economia de um possível governo caso Sérgio Moro seja eleito presidente da República. Pastore, no entanto, disse que está oferecendo "uma cooperação espontânea de um cidadão que a vida inteira deu aula de economia e acumulou conhecimento".
Pastore foi ventilado como "Posto Ipiranga" de Moro em entrevista ao programa do Pedro Bial, da TV Globo. "Eu vou revelar um [nome], e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore”, disse Moro.
Pastore, de 83 anos, concedeu entrevista ao jornal Estado de São Paulo e negou que será "Posto Ipiranga" de alguém.
"Eu não tenho nenhuma pretensão de ser 'Posto Ipiranga' de ninguém. O que eu tenho feito com o ministro Moro é expor minhas ideias e ouvir os contrapontos. Desculpa, eu não vou falar em nome dele. Ele vai falar em nome dele. Eu não tenho nenhum engajamento de dar repostas por ele", declarou o economista ao jornal.
O economista também elogiou o ex-juiz e a Operação Lava Jato.
"Eu vou dizer o seguinte: ele tem uma noção muito clara dos problemas econômicos e é capaz de colocar perguntas inteligentes que encaminhem a discussão para respostas que façam sentido. É uma coisa muito diferente de uma relação de economista com alguém que não entende nada e não quer entrar na discussão."
Moro, que postou uma foto lendo o livro de Pastore "Erros do passado, soluções para o futuro" precisa, na avaliação do economista, entender que o Brasil precisa retomar o crescimento enquanto distribui renda.
"Na promoção do desenvolvimento econômico há um conjunto de coisas que é preciso fazer. Precisamos de reformas tributárias de bens e serviços e do Imposto de Renda. Precisamos criar as condições para abrir a economia brasileira ao setor externo. É importante que se dê uma correta dimensão de qual é o tamanho do Estado na economia. Eu quero gastar um tempo discutindo isso", explicou o ex-presidente do BC.
Ao colunista do GLOBO, Merval Pereira, Pastore disse que "Moro é diferente, ele quer luz para seu caminho".