Guedes acredita em crescimento do PIB apesar da alta dos juros em 2022
Ministro da Economia minimizou efeitos da Selic no ano que vem
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo (14) em Dubai que a taxa básica de juros Selic não vai impedir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022.
"O crescimento da economia brasileira [para 2022] já está contratado. Os juros vão subir um pouco para combater a inflação, mas o crescimento está contratado. Não apostem contra a economia brasileira que vai dar errado", afirmou Guedes, durante conversa com jornalistas na abertura da Dubai Air Show, feira do setor aéreo realizada no emirado do Golfo Pérsico.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses alcançou 10,67% e o Banco Central tem dado demonstrações que vai elevar os juros "até onde for preciso" para manter o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, dentro da meta para o ano que vem, que é de 3,5%.
Guedes disse que mesmo assim é impossível o país não crescer no ano que vem. Enquanto isso, economistas do Itaú e do Credit Suisse preveem recessão e inflação alta no Brasil no ano que vem.
"O Brasil surpreendeu, tem surpreendido. Caímos menos, voltamos mais rápido, criamos mais emprego e estamos crescendo mais do que as economias avançadas. Mais uma vez as previsões vão ser equivocadas", declarou.
Guedes reafirmou que há investimentos já garantidos. “São R$ 700 bilhões já comprometidos, fora o trabalho que nós vamos continuar fazendo. Acho muito difícil o Brasil não crescer ano que vem", declarou.
Nos cálculos do Ministério da Economia o Brasil já tem R$ 540 bilhões de contratos de investimentos. Com o 5G são mais de R$ 150 bilhões.
A Selic está em 7,75% e as previsões estimam que chegue a 9% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Economistas que compõem o Boletim Focus projetam 11% ao final de 2022.
Petrodólares
O ministro Guedes também disse que o Brasil busca "petrodólares" para serem investidos no país.
"Aqui estão os petrodólares. Nós fizemos um grande movimento no final da década de 80, depois do choque do petróleo, para pegar essa reciclagem de recursos. Só que, naquela época, foi com endividamento. Nós fizemos uma expansão da infraestrutura com base em dívida. Agora nós vamos fazer com participação nos programas de investimento nossos, nas nossas parcerias de investimentos", disse Guedes.
"Assunto do Banco Central. Preço do petróleo é assunto do Ministério de Minas e Energia, taxa de juros é assunto do Banco Central. Eu tenho cá minhas expectativas, mas não comento", completou.