Greve dos caminhoneiros pode retornar em dezembro; paralisação segue no MT

Categoria se mobiliza para que movimento seja retomado nacionalmente no próximo mês

Caminhoneiros se mobilizam para retomar greve
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Caminhoneiros se mobilizam para retomar greve

A greve dos caminhoneiros, que se iniciou no dia 1º de novembro e não teve o alcance nacional esperado, pode voltar a acontecer em dezembro. Atualmente, a  paralisação é mantida apenas pelos caminhoneiros autônomos ligados ao agronegócio no Mato Grosso.

De acordo com Carlos Alberto Litti, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), a categoria deve se reunir em assembleia no dia 11 de dezembro em Canoas (RS) para uma possível nova greve, já que os caminhoneiros seguem descontentes com o governo do presidente Jair Bolsonaro. " A greve encerrou com o processo em Santos e faremos uma nova assembleia para avaliar a conjuntura", disse Litti à Isto É Dinheiro.

Também à Isto É Dinheiro, Wallace Landim "Chorão", presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), disse que a paralisação segue sendo articulada em vários estados, incluindo também outras categorias, como os motoristas de aplicativos.

"Estive em Goiânia, fizemos reuniões com a categoria, transportadoras, indústrias, tentando chegar em um consenso entre os setores porque hoje o transporte pede socorro. Converso com os setores porque a pauta de combustíveis é uma pauta de toda a sociedade, não apenas dos caminhoneiros. Trabalho para que todos os setores tenham o mesmo pensamento, e isso vai acontecer naturalmente porque vai ter mais aumento dos combustíveis", declarou "Chorão".

À Isto É Dinheiro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) disse que "no momento, não há negociação direta entre a ANTT e representantes da categoria".

As principais pautas

Com a alta no preço dos combustíveis, os caminhoneiros se queixam por estarem ganhando menos. "Temos um câncer: a PPI [Política de Paridade de Preços], que vincula o preço do combustível ao dólar. Mas nós não ganhamos em dólar. Precisamos que o governo tenha sensibilidade. Ficou claro que não querem desvincular o PPI. Lugares para mexer existem, mas o Ministério da Economia trabalha para os acionistas e leva o setor de transportes ao colapso", disse Chorão.

Atualmente, apenas os caminhoneiros autônomos do Mato Grosso seguem paralisados, com o objetivo de negociar o preço do frete. A greve é liderada por empresas de transportes, responsáveis por negociar os preços e fazerem a subcontratação dos caminhoneiros. "Se as empresas não conseguem negociar, imagina o subcontratado caminhoneiro autônomo que presta serviço", diz Litt.