Bolsonaro vê resistência do Senado e interferência do STF na PEC dos Precatórios
Em entrevista, presidente afirmou que os argumentos da ministra Rosa Weber não são justos e ressaltou a independência entre os Poderes
O presidente Jair Bolsonaro admitiu a resistência do Senado sobre a PEC dos Precatórios e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir na votação da Câmara dos Deputados. As declarações foram dadas em entrevista à Jovem Pan Paraná .
Segundo Bolsonaro, a proposta passará com tranquilidade pela Câmara. A votação do segundo turno da proposta está prevista para terça-feira (09). Para o governo, a preocupação será a negociação com o Senado.
"Passou no primeiro turno, acho que passa no segundo, [entretanto] vamos ter problema no Senado", disse Bolsonaro.
O presidente ainda criticou a decisão da ministra do STF, Rosa Weber, ao bloquear verbas do orçamento secreto para usar na negociação para aprovação da PEC dos Precatórios. Essa era uma tentativa do governo para aprovar a proposta em meio às incertezas de manutenção de votos de partidos de oposição.
Bolsonaro firmou que os argumentos usados por Rosa Weber não são justos e disse acreditar em interferência do Judiciário no trabalho do Executivo.
"Os argumentos usados pela relatora do Supremo não são justos, dizer que nós estamos barganhando. Como é que eu posso barganhar se quem é o dono da caneta é um parlamentar? E não é secreto porque está no Diário Oficial da União", afirmou.
"Acho que há um excesso de interferência do Judiciário no Executivo (...) O Supremo age demais nessas questões. A gente lamenta isso daí, não é, no meu entender, o papel do Supremo. Os poderes têm que ser respeitados, mas decisões de alguns atrapalham o andamento da nação. Quem quer ser presidente da República, quem quer decidir, se candidate", concluiu.
O caso foi levado ao plenário da Corte e deverá ser votado entre 0h de terça-feira e 23h59 da quarta-feira. Para conseguir rever a liminar, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), deve se reunir com o presidente do STF, Luiz Fux, e outros representantes da Corte na tarde desta segunda-feira.