Bolsonaro diz que oposição é contra pobre e vê "birra" em votação de PEC

Em entrevista, Jair Bolsonaro afirmou que partidos de oposição votaram conta alterações em precatórios por ele ser presidente

 Bolsonaro disse que oposição tem 'birra' por ele ser presidente da República
Foto: Reprodução/Flickr/Palácio do Planalto
Bolsonaro disse que oposição tem 'birra' por ele ser presidente da República

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou deputados que votaram contra a PEC dos Precatórios e disse ver "birra" dos parlamentares por ele ser presidente da República. A declaração foi dada nesta quinta-feira (04), em entrevista à Record TV .

Segundo Bolsonaro, os 144 parlamentares que votaram de forma contrária à proposta são "contra pobres", já que o texto libera verba para bancar o Auxílio Brasil, novo programa social do governo federal, com parcelas de R$ 400. O presente concentrou suas críticas aos partidos de esquerda, sendo que alguns deles votaram a favor da PEC.

"Ontem, mais de 100 deputados votaram contra os pobres de birra por ser eu o presidente... Partidos de esquerda é comum votar contra a gente, mas nessa questão para mim é uma maldade", disse Bolsonaro.

A proposta foi aprovada, em primeiro turno, por 312 votos favoráveis e 144 contrários. A Câmara deverá retomar a discussão sobre a PEC dos Precatórios nos próximos dias para votar o segundo turno da proposta. Se aprovada, a matéria irá para discussão no Senado.

Bolsonaro aproveitou para elogiar o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), pela disposição que teve ao negociar a aprovação da PEC. O presidente, no entanto, não espera o mesmo esforço de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, na outra Casa.

O presidente ressaltou a necessidade de forte negociação com o Legislativo e reafirmou ser preciso a aprovação da PEC para abrir espaço no Orçamento de 2022.

"O Supremo colocou tudo no meu colo para pagar de uma vez só. Entra para dentro do teto R$ 90 bilhões. Estamos tentando com o Parlamento, alguns do Supremo têm colaborado neste sentido também, para a gente parcelar essa dívida enorme", completou.

A PEC dos Precatórios

A proposta prevê um teto para o pagamento de dívidas judiciais de R$ 39 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, a expectativa é que a aprovação da medida libere cerca de R$ 90 bilhões no Orçamento de 2022 para bancar o Auxílio Brasil.

O programa terá parcelas de R$ 400, sendo R$ 300 de reajuste fixo contabilizado dentro do teto de gastos e outros R$ 100 de auxílio temporário até dezembro de 2022. Esse valor, no entanto, será contabilizado fora da regra de gastos da União.

A ideia é uma aposta da ala política do Palácio do Planalto para aumentar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro às vésperas das eleições de 2022. Bolsonaro sofre com popularidade nos últimos meses e perderia para o seu principal concorrente, o ex-presidente Lula, segundo órgãos de pesquisas eleitorais.

O texto também altera o cálculo do orçamentário relacionado a inflação. Atualmente, o Ministério da Economia soma o valor gasto pela União no ano vigente mais a inflação entre junho do ano anterior e do vigente para compor o Orçamento do próximo ano. A sugestão do Palácio do Planalto é alterar a contabilização da inflação para janeiro até dezembro do ano vigente.

Ou seja, para compor os gastos orçamentários de 2022, o Ministério da Economia somou os gastos deste ano e reajustou em cima da inflação registrada entre junho de 2020 e deste ano. O resultado dessa conta será o total que a União poderá gastar no próximo ano.