Silva e Luna nega que Petrobras persiga 'lucro pelo lucro'
Presidente da estatal se reuniu virtualmente com investidores na manhã desta sexta-feira
O presidente da Petrobras , Joaquim Silva e Luna, disse a investidores na manhã desta sexta-feira que a Petrobras vai continuar trabalhando com disciplina de capital.
Na noite de quinta-feira, a estatal reportou lucro líquido de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre. Aprovou ainda novo pagamento de dividendos.
"Continuaremos atuando com disciplina de capital, investindo em ativos com altas taxas de retorno com foco na geração de valor para a sociedade. O resultado desse trabalho é traduzido em lucro. É bom enfatizar que a Petrobras não persegue lucro pelo lucro. Nosso objetivo é retornar valor para nossos acionistas e sociedade por meio de impostos, dividendos e criação de empregos e investimentos", disse ele.
Na abertura da reunião com investidores, o presidente da Petrobras não fez referência ao aumento dos preços dos combustíveis. Neste ano, o reajuste da gasolina nas refinarias ultrapassa os 70%. Também não mencionou os rumores de uma nova greve dos caminhoneiros.
Silva e Luna se limitou a falar que o "sólido" resultado da Petrobras vai permitir distribuir à União R$ 23,2 bilhões em dividendos.
"Os sólidos resultados vão permitir R$ 23,3 bilhões em dividendos para União. São recursos que ajudam a sustentar políticas públicas para todos os brasileiros que beneficiam especialmente os mais vulneráveis. Quanto mais saudável geradora de recursos, mais a empresa consegue devolver riqueza à sociedade em forma de tributos para municípios, estados e União", afirmou ele.
Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras não pode dar lucros altos como tem dado. Segundo o presidente, por ser uma empresa estatal, com monopólio relacionado ao petróleo no país, a Petrobras deve ter um viés social revertido no preço dos combustível para a população.
Na breve abertura, o presidente da Petrobras comemorou a "performance excepcional" da estatal. Destacou a produção do pré-sal, a venda de ativos e a redução da dívida.
"Continuamos focados na gestão de portfólio. O cenário externo foi marcado pelo aumento do petróleo e desvalorização do real. A forte geração de caixa possibilitou a redução da dívida para abaixo de US$ 60 bilhões. Chegamos na meta prevista para 2022", afirmou ele.