Para justificar privatização, Bolsonaro diz que Petrobras não dará altos lucros
Presidente afirmou ainda que governo estuda mudanças na lei para alterar precificação dos combustíveis; empresa divulgará resultados nesta quinta
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (28), durante transmissão em suas redes sociais, que a Petrobras não pode dar lucros altos como tem dado. Segundo o presidente, por ser uma empresa estatal, com monopólio da extração de petróleo no país, a Petrobras deve ter um viés social revertido no preço dos combustível para a população. Bolsonaro afirmou ainda que estuda alterações na legislação da política de preços da empresa.
"Se é uma empresa que exerce monopólio, tem que ter seu viés social, no bom sentido. Ninguém quer dinheiro da Petrobras para nada. Queremos que a Petrobras não seja deficitária, obviamente, invista também em gás, e não apenas em outras áreas. A gente quer uma Petrobras voltada para isso, mas carecemos de mudanças de legislação que passem pelo Parlamento. Mas tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto, como tem dado", afirmou.
Nesta quinta-feira, está prevista a divulgação dos lucros da Petrobras para o mercado. Segundo o presidente, os lucros favorecem apenas os acionistas, mas não a sociedade. Bolsonaro lembrou ainda que a empresa ainda paga grandes dívidas por causa de esquemas de corrupção descobertos pela Operação Lava-Jato.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem reclamado das críticas que recebe pelos preços de combustível e levantou a hipótese da privatização da empresa para que ele não seja mais culpado pela inflação da gasolina e do diesel.
Nesta quinta-feira, entretanto, Bolsonaro disse que o governo busca alternativas de mudar a precificação dos combustíveis
"Não é eu que aumento, a Petrobras é obrigada a aumentar o preço porque ela tem que seguir a legislação. E estamos tentando buscar maneiras de mudar a lei nesse sentido. Não é justo, você vive um país que paga tudo em real, éautossuficiente praticamente em pretróleo e tem o preço do combustível atrelado ao dólar", afirmou.