Inflação do motorista atinge 18%, maior índice em 21 anos, aponta FGV
Índice também atinge caminhoneiros que ameaçam greve devido à alta no diesel
Ao colocar a mão no bolso, o motorista tem sentido o peso na carteira quando vai abastecer. A alta nos preços da gasolina, etanol e gás natural veicular (GNV) fez com que a 'inflação do motorista' atingisse 18,46%, o maior índice desde 2000. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).
A pesquisa considerou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ambos medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, o IPCA está em 10,25% e o IPC em 9,57% nos últimos 12 meses.
Segundo a pesquisa, os fortes reajustes têm impactado negativamente na economia brasileira, com motoristas de aplicativos recusando corridas, taxistas abastecendo apenas meio tanque e ameaça de greve dos caminhoneiros. A mobilização está marcada para acontecer no próximo dia 1° de novembro.
Para tentar reduzir a pressão sobre seu governo e agradar caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um 'auxílio diesel' de R$ 400 para 750 mil motoristas autônomos. No entanto, a proposta foi vista como "ridícula" pela categoria, pois com o valor atual do diesel, não daria para abastecer 100 litros do combustível.
A expectativa é que o índice fique ainda maior com novos reajustes previstos pela Petrobras. Em live na última quinta-feira (21), Bolsonaro afirmou esperar novos aumentos nos combustíveis, mas não informou de quanto será o ajuste e nem a previsão para acontecer.