Auxílio Brasil: entenda as consequências de furar o teto de gastos

O presidente Jair Bolsonaro decidiu destinar R$ 30 bilhões fora do teto de gastos para ampliar o valor pago atualmente no Bolsa Família no novo Auxílio Brasil e deve contar com a ajuda do Congresso na aprovação da PEC dos precatórios com alterações nas regras do teto de gastos. Veja as consequências →

Aumenta a desconfiança dos investidores

A lei de 2017 que criou o teto de gastos manteve a expansão das despesas públicas limitada à inflação. Com sete anos de déficit público, mexer nessa âncora gera desconfiança no mercado. Investidores tendem a evitar alocar recursos em papéis e projetos no país com maior percepção de risco. Como gasta mais do que arrecada, o governo precisa aumentar o volume de recursos que toma emprestado no mercado financeiro, que ficará mais cauteloso ou cobrará mais juros do Tesouro.

Edu Andrade/ Ascom ME

Dólar sobe com incerteza fiscal

Com a incerteza sobre se o governo vai conseguir equilibrar as contas, investidores estrangeiros evitam o Brasil ou tiram seus investimentos daqui. Na saída, trocam reais por dólar, aumentando a demanda pela moeda americana, dando impulso à disparada do câmbio que desvaloriza o real.

Redação 1Bilhão Educação Financeira

A inflação ganha musculatura

Com mais gastos públicos, aumenta a circulação de dinheiro na economia, um dos fatores que incentivam a inflação. Além disso, a alta do dólar bate direto na inflação ao tornar mais caros produtos importados ou com preços negociados no exterior, como alimentos, derivados de petróleo e outros. Da gasolina ao pão francês, eles sobem conforme a cotação da divisa aumenta.

Agência Brasil

Juros ficam mais altos

Com a inflação subindo, o Banco Central é obrigado a elevar ainda mais a taxa básica de juros, que atualmente está em 6,25%. Analistas de mercado já falam em uma taxa perto de 10% entre o fim do ano e o início do ano que vem. Isso deixa o crédito mais caro para as famílias — do rotativo do cartão de crédito ao financiamento da casa própria — e para as empresas.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Economia cresce menos e gera menos empregos

Com a inflação corroendo salários e o crédito mais caro, o consumo das famílias cai. Nesse contexto, fica mais difícil para empresas tomarem empréstimos para investir em novos projetos, o que impede a geração de novos empregos. O país tem hoje cerca de 14 milhões de desempregados.

Fernanda Capelli

Renda Cidadã, Renda Brasil, e finalmente Auxílio Brasil. Em 9 de junho do ano passado, o governo prometeu criar um programa social para chamar de seu. Nesta sexta-feira (22), 500 dias depois, o benefício já mudou de nome e de valor, mas segue sem definição.

Reprodução%3A iG Minas Gerais