"Faltou uma comunicação clara sobre a crise hídrica", diz especialista
Brasil Econômico ao Vivo desta quinta (21) recebeu o Gerente de Energia Elétrica da ABRACE, Victor Iocca
Em meio à pior crise hídrica do Brasil em 91 anos de monitoramento das bacias hidrográficas do país, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), faltou transparência no trato do problema, disse o Gerente de Energia Elétrica da ABRACE (A Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), Victor Iocca.
Segundo ele, a demora para adotar a bandeira de escassez hídrica na conta de luz pode até fazer sentido, mas faltou "comunicação clara" sobre as decisões que estavam sendo tomadas pelo Ministério de Minas e Energia.
"Faltou uma comunicação mais objetiva e antecipada. A gente já estava operando com o sistema muito mais caro do que a média desde outubro de 2020. O despacho de termelétricas estava altíssimo, isso custa muito e tem reflexo nas nossas tarifas", explica.
Com isso, devido à política de repasse das empresas, o consumidor só sentiu depois de alguns meses, e muito. Em sembro passou a vigorar a nova tarifa que adiciona R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos. De acordo com o texto divulgado pela agência, a previsão é que a nova bandeira permaneça em vigor até 30 de abril de 2022. A nova bandeira representa uma alta de 49,63%.
"Não precisávamos ter chegado nessa situação. Hoje o consumidor brasileiro está gastando mais de R$ 2 bilhões ao mês só para pagar termelétricas extras."
Como solução, Iocca aponta que não há saída fácil e a solução passa por um plano de longo prazo. A redução voluntária de consumo, sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro, é apenas "o primeiro passo", mas poderia ter sido antecipado.
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