Auxílio Brasil: Lira critica atraso do Senado em votar recursos da reforma do IR
'O Senado não quer taxar quem ganha muito e não paga nada', disse o presidente da Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) criticou a demora do Senado em votar a reforma do Imposto de Renda, já aprovado na Câmara, no início de setembro. O projeto é considerado fundamental para abrir espaço fiscal para o Auxílio Brasil, que agora deve ter parte de seus custos acima do teto de gastos fiscais.
Para Lira, o Senado não quer taxar quem ganha muito e está evitando de pautar um tema importante para o país. Em nova crítica, o presidente da Câmara elevou o tom contra os senadores:
"O Senado não é obrigado a votar a matéria, mas, sabendo da importância desse tema de justiça tributária, de quem ganha muito não paga nada no Brasil, o Senado não quer taxar quem ganha muito e não paga nada", disse Arthur Lira na tarde desta terça-feira, em nova crítica a Pacheco.
O presidente da Câmara rebateu declaração do relator reforma do imposto de renda no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), que chamou o texto aprovado pelo Senado de "eleitoreira".
"Acho que ele se confundiu. Votamos uma proposta muito difícil, que contrariou muitos interesses no Brasil e tem conceito certo de diminuir impostos para empresas que geram empregos e taxar realmente quem ganha na faixa de R$ 320 bilhões sem pagar um real no Brasil, sem fazer justiça social", afirmou.
Lira foi questionado sobre a reação do mercado com o risco de o país estourar o teto para bancar recursos do Auxílio Brasil, que pode chegar a R$ 400. E voltou a criticar o Senado.
"Lógico que todas reações que não são positivas, são ruins Mas é importante que não se gere expectativa em cima de projeções. Vamos esperar o que sai, o que acontece. O Senado está parado em relação à votação de matérias que são estruturantes. E isso vai impactando."
E complementa:
"Estamos no final do ano e nenhuma posição (do Senado) sobre o Imposto de Renda, que nós sabemos que é a base de cálculo para novas fontes. O governo, então, deve estar trabalhando em alternativas caso o Senado decida não votar a reforma do imposto aprovada pela Câmara."