Bolsonaro alerta para 'problemas de abastecimento' por falta de fertilizantes
Presidente afirmou também que pediu para que diplomatas no exterior mostrem 'o que está acontecendo' em mercados fora do país
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o Brasil poderá sofrer com desabastecimento no ano que vem. Em discurso realizado durante solenidade no Palácio do Planalto, o presidente interrompeu o tom de moderação e subiu o tom sobre diversos temas.
O presidente citou que, no restante do mundo, diversos países estão sofrendo, além da inflação, mas também com problemas de abastecimento. Segundo ele, o Brasil poderá ser o próximo. A crise seria causada pela interrupção da fabricação de fertilizantes na China.
"Vou avisar um ano antes: fertilizantes. Por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem", disse Bolsonaro.
O presidente destacou, entretanto, que o governo trabalha desde março em um plano emergencial para lidar com os problemas dos fertilizantes.
Nos últimos meses, a China tem interrompido o fornecimento de energia elétrica para alguns locais, o que levou à interrupção da produção de alguns itens, como fertilizantes. A diminuição da oferta já aumentou os preços do insumo mundialmente e, segundo Bolsonaro, deverá afetar a produção.
A inflação crescente no Brasil é um dos principais focos de atuação do governo federal nas últimas semanas, uma vez que a deterioração do poder de compra dos brasileiros é vista como um dos fatores que puxa para baixo a aprovação do presidente Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou entretanto que a maioria dos países do mundo está sofrendo com o aumento dos preços e, em alguns casos, até mesmo com desabastecimento.
O presidente disse ainda que pediu para que diplomatas no exterior vão a supermercados e e mostrem "o que está acontecendo".
"Pedi agora para uma pessoa nossa que trabalha nos Estados Unidos, Itamaraty, ir nos mercados bem como alguns embaixadores da Europa mostrar o que está acontecendo. Lá não é apenas inflação, está tendo desabastecimento", afirmou.