Vale-gás é paliativo, mas necessário, defendem representantes da categoria
Câmara dos Deputados e governo federal avançaram em propostas para subsidiar a venda do insumo
O setor de revendedores do gás de cozinha afirma que as medidas tomadas pelo governo federal e pelo Legislativo para tentar baratear o insumo são temporárias e não resolvem o problema. José Luiz Rocha, presidente da Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás) disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que governo precisa implementar políticas públicas definitivas", não paliativas como as implementadas.
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (28/9) um novo auxílio, batizado de Gás Social , voltado para famílias de baixa renda. Caso o projeto também seja aprovado pelo Senado, o programa bancará pelo menos 50% do valor do botijão de 13kg.
Além disso, a Petrobras anunciou quarta-feira que irá destinar R$ 300 milhões , em um período de 15 meses, para a criação de um programa social de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social, para garantir que tenham acesso a insumos essenciais, com foco no gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.
“Somos uma empresa socialmente responsável e comprometida com a melhoria das condições de vida das famílias, particularmente das mais vulneráveis. A pandemia e todas as suas consequências trouxeram mais dificuldades para as pessoas em situação de pobreza. Tal fato alerta a Petrobras para que reforce seu papel social, contribuindo ainda mais com a sociedade”, destacou o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna na ocasião.
Em entrevista ao Brasil Econômico, o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, defendeu a criação de um vale-gás focalizado por meio do CadÚnico, mas também afirmou que o setor precisa passar por reformas estruturantes.
"Sempre que o governo tentou subsidiar o GLP, subsidiou-se para todo mundo, esse foi o erro. Supondo que você despeje R$ 3 bilhões por ano no botijão de 13 kg, você vai baratear em R$ 6 o produto. Isso não muda a vida de ninguém, tem pouca potência", explica Sergio.
"Se eu pegar esse valor e destinar para 10 milhões de famílias, eu vou conseguir dar, a cada dois meses, cerca de R$ 50 para ajudar na compra do botijão. Isso sim tem potência, e são os mesmos R$ 3 bilhões", completa.
Para localizar esses vulneráveis, o presidente do Sindigás sugere o CadÚnico que "apesar de ter defeitos", é um "luxo que poucos países têm".
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