A Ambev, dona de marcas como Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e Stella Artois, anunciou que aumentaria o preço da cerveja a partir desta sexta-feira (1º). O tamanho da empresa, que é líder no mercado de bebidas, pode influenciar as concorrentes a seguirem seus passos.
A empresa não deu detalhes sobre de quanto será esse aumento, mas afirmou que ele pode "variar entre regiões, marcas, embalagens e segmentos”. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que o reajuste acompanhe a inflação oficial do país, que gira em torno de 10%.
Nos últimos doze meses, a cerveja já acumula uma alta de 7,62%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria brasileira como um todo também sofre com o aumento nos preços dos insumos, dado pela desvalorização do real desde o ano passado. O combustível e a energia também ficaram mais caros. Tudo isso faz com que o custo da produção seja elevado.
A Abrasel se diz preocupada com a alta do preço das cervejas porque o reajuste será repassado “imediatamente” ao consumidor. A entidade afirma que 37% dos bares e restaurantes do país ainda operam no prejuízo, uma vez que não conseguiram recuperar o faturamento que tinham no período pré-pandemia.
O reajuste da Ambev pode abrir espaço para que as concorrentes também aumentem o preço das suas cervejas. A empresa concentra 60% de participação de mercado no país. Só no segundo trimestre deste ano, o faturamento da cervejaria foi de R$ 2,93 bilhões.