Petróleo Brent atinge maior valor em três anos e pressiona Petrobras
Demanda em alta e crise de fornecimento de energia global ajudam a estender o rali da commoditiy
Os preços do petróleo voltaram a subir no mercado internacional nesta terça-feira. A cotação do barril de petróleo tipo Brent, referência global, ultrapassou a marca de US$ 80 dólares, alcançando o maior valor em três anos. O do tipo WTI também subiu. As altas ocorrem em um cenário de preocupações com o fornecimento global de energia.
Por volta de 09h50, no horário de Brasília, o contrato de novembro do petróleo Brent subia 0,44%, cotado a US$ 79,88, o barril, após ter atingido a marca de US$ 80,05.
Já o do tipo WTI para o mesmo mês avançava 0,69%, negociado a US$ 75,97, o barril, após já ter superado a marca dos US$76.
Por conta da política de preços de paridade internacional, a Petrobras reajusta o preço dos combustível em razão da alta no mercado internacional. O resultado das bolsas mundiais tende a impactar a venda no Brasil.
O petróleo se recuperou das quedas vistas no ano passado em meio a restrições recordes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) por causa da pandemia. Mas a recuperação econômica global impulsionou a demanda de uma forma superior à oferta disponível.
Segundo o Goldman Sachs, os preços podem chegar a US$ 90 este ano.
A OPEP + pode até mesmo precisar considerar o aumento da produção em mais do que seu plano atual de 400 mil barris por dia por mês, disse Chris Bake, chefe de originação do Vitol Group, o maior comerciante independente de petróleo do mundo, em um webinar.
O salto para US $ 80 também ocorre em um contexto de pressão inflacionária à economia global e com os preços das commodities energéticas disparando. O gás natural, as licenças de carbono e a energia na Europa atingiram novos recordes na terça-feira, com poucos sinais de desaceleração do rali.
Os preços de referência europeus do gás para entrega no próximo mês subiram outros 10 por cento, o que significa que os custos dobraram desde meados de agosto
"Não estamos olhando apenas para o Reino Unido e a Europa, mas também para uma potencial crise de energia global que se aproxima no inverno", disse Robert Rennie, chefe global de estratégia de mercado da Westpac.