Professores brasileiros têm piso salarial mais baixo entre 40 países, diz OCDE
Segundo o Education at a Glance 2021, os educadores começam recebendo, em média, cerca de 13,9 mil dólares (R$ 73,1 mil) por ano
No Brasil, professores dos anos finais do ensino fundamental têm o menor salário inicial entre os 40 países analisados no relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta quinta-feira (16).
De acordo com o estudo Education at a Glance 2021, os educadores brasileiros começam recebendo, em média, cerca de 13,9 mil dólares (cerca de R$ 73,1 mil) anuais. A média dos outros países analisados é de 35,6 mil (cerca de R$ 187,2 mil). Na Alemanha e em Luxemburgo, por exemplo, que têm os salários iniciais mais altos, o valor passa de 70 mil dólares (cerca de R$ 368,1 mil) por ano.
Em relação ao chamado salário real, que também leva em consideração os bônus e pagamentos adicionais, a média no Brasil para professores dos anos finais do ensino fundamental entre 25 a 64 anos é de 25,7 mil dólares (cerca de R$ 135,1 mil) anuais - também abaixo da média da OCDE, de 47,9 mil (cerca de R$ 251,8 mil).
Os salários reais médios anuais dos professores brasileiros chegam a US$ 25.030 (cerca de R$ 131,6 mil) na educação infantil, US$ 25.366 (cerca de R$ 133,4 mil) nos iniciais do ensino fundamental, US$ 25.740 (cerca de R$ 135,3 mil) nos anos finais do ensino fundamental e US$ 26.724 (cerca de R$ 140,5 mil) no ensino médio.
Na média anual dos países da OCDE, os salários reais dos professores são de US$ 40.707 (cerca de R$ 214 mil), US$ 45.687 (cerca de R$ 240,2 mil), US$ 47.988 (cerca de R$ 252,3 mil) e US$ 51.749 (cercade R$ 272,1 mil) para cada etapa, respectivamente.
Para a OCDE, o ambiente escolar influencia na decisão dos professores brasileiros de entrar e permanecer na profissão. “O tamanho das turmas diminuiu nos últimos anos no Brasil, mas os salários dos professores permanecem abaixo da média”, informa o relatório.
Segundo o estudo, o número de alunos nas salas de aula caiu entre 2013 e 2019, passando de 23 para 20 estudantes nos anos iniciais do ensino fundamental - abaixo da média da OCDE, de 21. Nos anos finais do fundamental, também houve queda, de 28 para 26 (ainda um número superior à média dos outros países, que é 23).