Silva e Luna afirma que crise hídrica e energética deve terminar em novembro
Em audiência na Câmara dos Deputados, presidente da Petrobras afirmou que problemas energéticos já estavam em vigor "há algum tempo"
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou nesta terça-feira (14) que a crise hídrica e energética já está em vigor "há algum tempo" e disse acreditar na duração até meados de novembro. A declaração foi dada em debate sobre o preço dos combustíveis na Câmara dos Deputados.
De acordo com Silva e Luna, é necessário encontrar alternativas para evitar um possível desabastecimento. O presidente da Petrobras ressaltou que a estatal aumentou sua capacidade de distribuição de gás para termelétricas de 2 GW para 8 GW, para manter o abastecimento das usinas.
"Estamos necessitando de várias mãos para encontrar um caminho", afirmou Silva e Luna.
"Nosso comprometimento é com a situação que vivemos nesse momento", concluiu.
Silva e Luna lembrou o compromisso após assinatura de contrato com a usina termelétrica de Linhares (ES) até 2025. Segundo o presidente, a Petrobras se comprometerá a entrega de gás até o fim do acordo.
Crise hídrica
O Brasil passa pela pior crise hídrica em 91 anos, segundo especialistas e autoridades ambientais. A diminuição dos níveis dos rios atinge vários estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, responsáveis pelo maior consumo de energia elétrica do país.
De acordo com ambientalistas, a falta de chuva durante o ano colaborou para a diminuição dos níveis e a redução da retirada de água para geração de energia elétrica.
O governo federal tentou tranquilizar a população, mas admitiu a necessidade de racionamento voluntário. Segundo a proposta do Ministério de Minas e Energia, empresas e consumidores que economizarem energia elétrica terão descontos em contas de luz.
A bandeira tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também foi impactada. Nos últimos meses, as contas foram reajustadas pela bandeira vermelha patamar 2, a mais cara.