Guedes recua e admite inflação descontrolada: 'Estamos no pior momento'
Declaração foi feita um dia após divulgação do IPCA se aproximando de dois dígitos. Para ministro, inflação deve fechar o ano entre 7,5% e 8%
Um dia após a divulgação da inflação, que se aproxima dos dois dígitos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que a pressão sobre os preços é uma questão chave e que o Brasil vive o pior momento da inflação.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula alta de 9,68%, segundo dados do IBGE. O indicador tem sido pressionado, sobretudo, pelo preço dos combustíveis. A aceleração, no entanto, começou já no ano passado, com a elevação do preço dos alimentos e repercussões do aumento das tarifas de energia elétrica.
"Inflação é uma questão chave. Eu acho que estamos no pior momento da inflação", disse o ministro durante painel do Credit Suisse.
Para ele, o processo de redução da inflação será lento:
"Ela vai reduzir lentamente e vamos fechar o ano entre 7,5% e 8% porque ainda temos alguns avanços para fazer", afirmou.
O ministro sugeriu ações como a reduzir tarifas de importação, fazendo alusão às discussões no âmbito do Mercosul, e de outras taxas, num movimento para abrir a economia.
"Vamos reduzir (tarifas de importação), esse é o momento certo de aumentar a oferta, aumentar a integração nos mercados globais, e isso vai ajudar a controlar um pouco a escalada dos preços".