Veja as regras do Pix Saque e como funcionará programa para lojistas e clientes
Pix Saque e Pix Troco, novas modalidades do sistema de transferências financeiras do BC, entram em operação no fim de novembro
O Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (02) que vão começar a funcionar no fim de novembro duas novas modalidades do Pix, o sistema de transferências instantâneas criado no fim de 2020 que caiu logo no gosto do brasileiro.
O Pix Saque e o Pix Troco, anunciados em maio, vão finalmente sair do papel para permitir que os brasileiros cadastrados no sistema façam saques em dinheiro via Pix em estabelecimentos comerciais.
No Pix Saque, o cliente chega ao caixa de um estabelecimento e faz um pagamento no valor que deseja sacar em dinheiro. Já no Pix Troco, o usuário compra um produto e, na hora de pagar, faz uma transferência com um valor maior e leva a diferença em dinheiro.
As modalidades poderão reduzir a necessidade de usar caixas eletrônicos. Atualmente, o Pix só permite transferências de recursos entre cadastrados no sistema.
Como vai funcionar o Pix Saque?
Ao chegar no caixa de uma loja, o cliente fará um Pix para o estabelecimento. A atendente então pegará o mesmo valor do Pix em dinheiro vivo no caixa e dará ao cliente.
E o Pix Troco?
A transação é bem parecida, mas aqui o cliente faz uma compra e um saque na mesma transação.
Por exemplo: ao pagar por um produto de R$ 100, ele faz um Pix em um valor maior, de R$ 150, e retira a diferença (R$ 50) em espécie. Isso evitaria uma ida ao banco para sacar R$ 50 em caixas eletrônicos.
Em outro exemplo, se comprar um produto de R$ 20, ele faz um Pix de R$30 e recebe uma cédula de R$ 10.
Quando estarão disponíveis?
A partir do dia 29 de novembro.
Serão gratuitos?
Atualmente, pessoas físicas e empresários individuais — incluindo microempreendedores individuais (MEIs) —têm, no pacote de serviços de seus bancos, direito à gratuidade para os oito primeiros saques do mês.
A partir de agora, o Pix Saque entrará nesta conta. Ou seja, cada pessoa terá direito a oito saques gratuitos por mês, via Pix ou de forma convencional, num caixa eletrônico.
Depois dessa oitava transação, o banco poderá cobrar uma taxa do cliente. No entanto, a taxa do saque via Pix não pode ser maior que a cobrada pelo banco em saques convencionais.
Já pessoas jurídicas como as empresas podem ser cobradas desde a primeira transação no mês, a critério do banco.
Há limite de saque?
O BC estabeleceu um limite de R$ 500 para o período diurno e de R$ 100 das 20h às 6h. As instituições poderão ofertar limites menores caso considerem adequado.
Como o lojista poderá oferecer essa modalidade?
Ele poderá procurar a instituição financeira que o atende e pedir para aderir. Segundo o BC, basta um ajuste contratual para oferecer o Pix Saque e o Pix Troco.
A previsão é que o comércio tenha algum gasto para a implementação, como a adaptação dos sistemas e o treinamento dos atendentes. Para compensar, eles receberão uma tarifa de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, dependendo da negociação com a instituição financeira de relacionamento, que é quem vai pagar esse valor.
O comerciante também poderá definir como ofertará o serviço, quando ele estará disponível e quais as cédulas poderão ser sacadas em seu estabelecimento.
Será obrigatório para as lojas?
Não será obrigatório. O comerciante poderá ofertar o Pix como meio de pagamento e mesmo assim não oferecer o Pix Saque.
Posso ofertar apenas o Pix Saque ou apenas o Pix Troco?
Sim, será possível ofertar apenas o Pix Saque ou só o Pix Troco. Ou seja: o comerciante pode condicionar o serviço a uma compra se oferecer apenas o Pix Troco. No Pix Saque, um consumidor poderá ir ao estabelecimento apenas para fazer o saque em dinheiro.
O Pix Saque funcionará somente em estabelecimentos comerciais?
Não, ele também permitirá que uma pessoa que tenha conta no banco A possa sacar no caixa eletrônico do banco B via Pix. Esse saque conta como um dos oito gratuitos mensais.
Qual o objetivo do Banco Central com essa medida?
O objetivo é aumentar o número de pontos de saque no país e facilitar o acesso a esse serviço pela população, principalmente em cidades pequenas do interior do país, que muitas vezes não contam com uma agência bancária ou um caixa eletrônico.
Além disso, segundo o BC, há um potencial de diminuir os custos de segurança e gerenciamento de numerário para os comércios. Para o sistema financeiro, o benefício viria da maior competição na oferta de saque e maior capilaridade de atendimento.