Lira adia reforma tributária, mas diz que votação é difícil, não impossível

Presidente da Câmara também defendeu a separação da proposta entre as duas Casas do Legislativo

Foto: Marcos Brandão/Agência Senado
Presidente da Câmara também defendeu a separação da proposta entre as duas Casas do Legislativo

O presidente da Câmara Arthur Lira desistiu de votar a reforma do Imposto de Renda nessa semana. O adiamento foi justificado pela dificuldade em chegar a um acordo com líderes da casa. 

Ele também defendeu a divisão entre as PECs (Proposta de Emenda à Constituição) 110 e 45 entre Câmara e Senado, para agilizar a votação que segundo ele é "muito difícil", mas "não é impossível". 

“Imagine se CBS [unificação de PIS e Cofins], Imposto de Renda, passaporte tributário e Refis [refinanciamento de dívidas] estivessem tudo junto na junção na [Proposta de Emenda à Constituição] 110 e da 45, que inferno nós estaríamos vivendo”, afirmou em evento promovido pela XP Investimentos na manhã desta terça-feira (24).

Ele também citou "interesses" de estados e municípios, e doe investidores privados. “Taxar dividendos talvez seja a coisa mais difícil do mundo”, disse. 

Lira prometeu que fará uma reforma "neutra, para quem não pagava imposto e passa a pagar” e sem estourar o teto de gastos.

“Eu não vejo necessidade e possibilidade de se estourar o teto, a não ser que essa situação se torne consensual e agradável para todo mundo, o que não é o caso”, disse.

Esta é a terceira vez que o texto do relator Celso Sabino é adiado. Na semana passada, o projeto chegou a entrar na pauta, mas foi retirado pelo governo para evitar a iminente derrota.