Bolsonaro admite sugestão para mudar política de preços da Petrobras
Em encontro com empresários catarinenses, presidente afirmou que conversou com Silva e Luna sobre reajustes nos preços na última semana
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta sexta-feira (06) que sugeriu que o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, alterasse a política de preço de combustíveis da estatal para reduzir o preço dos combustíveis. A declaração foi dada em encontro com empresários em Joinville (SC).
Segundo Bolsonaro, a conversa com Silva e Luna aconteceu nesta semana, em meio as possibilidades de novos reajustes nos preços dos combustíveis. A tentativa do presidente da República acontece em meio a pressões de caminhoneiros para reduzir o valor da gasolina e diesel.
"O que falei para ele, da vontade da gente chegar em um acordo, porque não posso interferir. Toda vez que a gente diminui 5 centavos no preço da gasolina não desce nada na bomba e, se somos obrigados a aumentar mais 1 centavo, aumenta na bomba", afirmou.
Essa não é a primeira vez em que Bolsonaro tenta intervir na política de preços da Petrobras para segurar a pressão de caminhoneiros e a insatisfação de parte da população sobre o Palácio do Planalto. Uma das tentativas aconteceu no começo deste ano, ao demitir Roberto Castello Branco e nomear Joaquim Silva e Luna para o comando da estatal. Em outra oportunidade, Bolsonaro também afirmou que iria interferir nos preços dos combustíveis.
Para agradar os caminhoneiros e evitar uma nova tentativa de greve da categoria, Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que irá zerar a alíquota de impostos federais sobre o diesel. O governo já havia reduzido, provisoriamente, os impostos para evitar protestos.
"Vamos estudar a possibilidade da gente não mexer no preço do combustível quando o dólar cair aqui dentro e o preço do barril cair lá fora. É maneira de não aumentar combustível", concluiu Bolsonaro.
Bandeira branca
Jair Bolsonaro também disse nesta sexta-feira que estuda um projeto para acabar com postos de bandeira branca, aqueles que não possuem marcas de distribuidora. Segundo o presidente, o comportamento dos postos é "o pior possível". Embora tenha evitado acusar os proprietários de participação em máfias, Bolsonaro sugeriu que a definição de preços dos postos são abusivos.
"Vamos tentar acabar com a bandeira branca dos combustíveis também. Não vou falar máfia, pode alguém do setor aí me criticar, mas o comportamento é o pior possível. Cada bandeira define o preço na sua região", afirmou.