Copom reajusta Selic em 1% e taxa de juros chega a 5,25% ao ano

Banco Central havia sinalizado forte reajuste da taxa básica de juros para controlar índices inflacionários; economistas acreditam que Selic deve encerrar 2021 em 7,25% a.a

Foto: Matheus Barros
Banco Central reajusta Selic em 1% ao ano

O Conselho de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (04) o reajuste em 1% da Selic, passando de 4,25% para 5,25% ao ano. Essa é a quarta vez consecutiva em que a equipe monetária aumenta a taxa básica de juros, com objetivo de equilibrar as metas fiscais do país.  

De acordo com especialistas, a decisão do Copom era previsível e reflete as dificuldades econômicas que o país enfrenta em decorrência da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19. O BC já havia sinalizado nas últimas reuniões que estudava o aumento da Selic nos próximos encontros.

O sócio-fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, o aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros era prevista por especialistas devido o temor da inflação nos últimos meses. Segundo Costa, o Banco Central busca um equilíbrio. 

"O mercado teme que a inflação não seja transitória e sim mais recorrente. E que isso traga para os preços uma alta significativa de preços em serviços e consumo. É importante destacar que se o BC não subir os juros a inflação pode virar mais permanente, o que não é bom para a economia brasileira", afirma Costa.

No Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (02), o Banco Central já havia dado indícios de forte alteração na taxa básica de juros e ressaltou a necessidade de atingir as metas inflacionárias para o ano. Atualmente, a inflação do país nos últimos 12 meses está em 8,35%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A previsão do BC é que o índice em 2021 gire em torno de 6,79%. 

"O atraso na subida dos juros pós pandemia foi proposital e claramente mencionado nos comunicados. O motivo foi — palavras do comunicado — manter os juros em níveis estimulativos. Agora, no último comunicado, a mensagem mudou. Os juros serão o de equilíbrio e, como se diz no mercado, a meta é buscar a meta de inflação", explica o economista da BRA, João Beck.

A previsão é que a Selic encerre o ano entre 6,5% e 7,5%, as maiores taxas desde outubro de 2019. No entanto, os reajustes na taxa básica de juros vão depender da situação econômica do país nos próximos meses.