Bolsonaro critica dados da Receita e diz que não haverá aumento de impostos

Em entrevista, presidente reafirmou reajuste de 50% no Bolsa Família e prometeu manter auxílio emergencial caso pandemia esteja em alta no Brasil nos próximos meses

Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
Jair Bolsonaro disse que deverá manter auxílio caso pandemia continue nos próximos meses

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar, nesta sexta-feira (30), o aumento de impostos na reforma tributária. A fala acontece após protestos de entidades e sindicatos que acreditam reajustes na carga tributária do país caso o texto debatido na Câmara dos Deputados seja aprovado.

Bolsonaro ainda acusou a Receita Federal de ter exagerado nos números apresentados no texto e elogiou a Câmara pelo debate e correção dos números apresentados na proposta inicial.

“A ordem que eu dei foi que não pode haver aumento de carga tributária. E vai acontecer isso aí. Nós teremos uma proposta que atenda ao interesse da classe produtora, daquele pessoal que paga imposto. Não queremos mais sacrifício”, disse em entrevista à rádio 89 Rock, de São Paulo (SP). 

A primeira parte da reforma tributária, que trata das alterações no Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas, deve ser votada na próxima semana, quando se encerrará o recesso parlamentar. Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), há apoio suficiente dos deputados ao relatório do deputado Celso Sabino (PSDB-PA), o que deverá facilitar a entrega do texto ao Senado ainda em agosto. 

Auxílio emergencial

Em entrevista, Bolsonaro também afirmou que deverá manter o auxílio emergencial caso a pandemia de Covid-19 continue no Brasil. A declaração é vista como recuo do presidente, já que Jair Bolsonaro é defensor do fim do auxílio emergencial em novembro. 

“A gente espera que, com a vacina e com a questão da pandemia sendo dissipada, não seja mais preciso isso [auxílio emergencial], mas, se porventura continuar, nós manteremos o auxílio emergencial", disse. 

Para melhorar a imagem de Bolsonaro para as eleições de 2022, o governo federal quer encerrar os pagamentos do auxílio emergencial e colocar vigor o novo Bolsa Família. O projeto do Palácio do Planalto prevê reajuste nas parcelas do benefício e aumento na quantidade de beneficiários. 

No entanto, Planalto e Ministério da Economia divergem sobre o valor do benefício. Enquanto Bolsonaro pretende reajustar o Bolsa Família para R$ 300, a equipe de Paulo Guedes quer oferecer parcelas de R$ 280 para os beneficiários. A discussão sobre os valores ainda não foram encerradas e técnicos de Guedes tentam abrir folga no Orçamento de 2022 para aumentar o benefício. 

Na próxima semana, Bolsonaro deverá se reunir com Guedes e sua equipe para definir os parâmetros de reajuste do Bolsa Família. Atualmente, o benefício assistencial possui parcelas médicas de R$ 192.