Saúde comprou máscaras superfaturadas em R$ 77 milhões com importador de relógio

Freddy Rabbat é conhecido por importar relógios de luxo

Foto: Fernanda Capelli
Ministério da Saúde pagou mais caro em máscaras KN95

O Ministério da Saúde pagou mais caro em máscaras KN95. No total, foram R$ 77 milhões a mais pelo equipamento de proteção para os médicos da linha de frente do combate à Covid- 19. Segundo Thiago Herdy, do UOL, a compra de 40 milhões de máscaras ocorreu em abril do ano passado, por meio de um atravessador , Freddy Rabbat.

Rabbat é conhecido por importar relógios de luxo , e negociou a compra do produto com o governo federal. A compra saiu por 66 milhões de dólares, se fosse aplicado o valor mais baixo, seria de 51,2 milhões de dólares.

Nesse contrato, a 356 Distribuidora mediou com uma empresa de Hong Kong para o governo pagar R$ 8,85 por unidade do equipamento. No entanto, ao importar o mesmo produto para um grupo privado, elas custaram US$ 1,28 cada, ou R$ 6,71, de acordo com documentos obtidos pela reportagem.

O dono da 356 é Freddy Rabbat, que em nota respondeu ao UOL: "[a máscara] está abaixo da média de mercado na época da aquisição, momento em que havia um crescimento sem precedentes da demanda mundial pelo produto e o Brasil corria o risco de não conseguir insumos para enfrentar a pandemia de covid-19". 

A diferença de preço para um grupo e para o governo não foi abordada pelo advogados do empresário. O nome do cliente foi preservado por "cláusulas de confidencialidade". 

Em nota, a 356 afirma que a notícia é inverídica, e se trata de uma "retaliação pessoal" do jornalista. 

Segue a nota na íntegra: "Segundo o texto, o governo brasileiro pagou mais caro pelas máscaras do que uma empresa privada, em outra transação.
Mas não foi o que ocorreu. O Ministério da Saúde adquiriu suas máscaras ao preço de US$ 1,72 por unidade, enquanto, na outra operação, as máscaras foram vendidas pela 356 por US$ 2,80. Tudo isso está documentado."