CPI vai convocar secretário de Guedes para explicar 'imunidade de rebanho'

Grupo de senadores quer investigar se achismo do Ministério da Economia provocou atrasos em retomada de pagamentos do auxílio emergencial

Foto: Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida deve ser convocado pela CPI da Covid

A CPI da Covid no Senado deve votar nesta terça-feira (13) a convocação do secretário de políticas econômicas do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida , para explicar a fala que previa 'imunidade de rebanho' da Covid-19. O pedido será feito pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e será endossado pelo "G7", grupo de senadores de oposição e independentes ao governo na comissão. 

Em documento enviado à CPI, a Secretaria de Política Econômica (SPE) informou que a equipe do ministro Paulo Guedes acreditava em 'imunidade de rebanho' mesmo sem ouvir o Ministério da Saúde . As suspeitas do 'achismo' começaram após falas de Sachsida em que afirma acreditar na 'imunidade de rebanho' e via 'baixa probabilidade de segunda onda' da doença, mesmo com avisos da Organização Mundial da Saúde sobre aumento de casos. Sachsida depois se desculpou e disse que o assunto não é de sua área. 

A comissão deve abranger as investigações e iniciar, paralelamente as apurações contra o Ministério da Saúde, se o 'achismo' da equipe econômica provocou atrasos na retomada de pagamentos do auxílio emergencial neste ano. O benefício emergencial se encerrou em dezembro de 2020 e os pagamentos retomados em abril.

Auxílio emergencial prorrogado 

Os aumentos de casos e incertezas sobre a recuperação econômica fez os Ministérios da Economia e Cidadania estenderem o auxílio emergencial por mais três meses. O benefício, agora, estará em vigência até outubro, mas a equipe de Paulo Guedes prevê possibilidade de nova renovação até dezembro

Caso não haja mais uma prorrogação, o governo federal deverá implementar o novo Bolsa Família, com parcelas médias de R$ 280 e maior número de beneficiários. A medida ainda é discutida internamente entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, mas a proposta deve ser entregue até o fim de agosto à Câmara dos Deputados. O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), espera aprovar o projeto até outubro.