Inflação sobe 0,53% em junho e deve acelerar mais graças à energia elétrica
Até aqui, o IPCA acumula 8,48% em 12 meses
A inflação desacelerou em junho e subiu 0,53% em relação a maio, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (8). É a maior alta para o mês desde 2018, puxada por energia elétrica .
A desaceleração tem relação com uma pressão menor nos preços do atacado, que começa a dar sinais de moderação por conta da queda dos preços das commodities agrícolas, somada à recente desvalorização do dólar.
Em 12 meses, porém, o IPCA registra alta de 8,48%. Com o resultado, o indicador permanece acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano. A meta de inflação do Banco Central para 2021 é de 3,75%, podendo variar entre 2,2% e 5,25%.
Analistas ouvidos pela Reuters projetavam alta de 0,59% para o mês e 8,40% em 12 meses.
Indicador deve acelerar entre julho e agosto
Apesar da inflação apontar uma desaceleração tanto em relação ao IPCA-15, prévia da inflação em junho (0,83%), quanto em relação ao IPCA de maio (0,83%), a expectativa dos analistas é que os preços administrados - principalmente, de energia elétrica e combustíveis - pressionem o orçamento das famílias nos próximos meses.
O recente reajuste da Petrobras, que elevou os preços da gasolina, diesel, gás de botijão e gás canalizado, além do reajuste de 52% da bandeira tarifária de energia pela Aneel, devem refletir na inflação entre os meses de julho e agosto, quando os repasses começam a chegar ao consumidor.
O resultado dessa alta dos preços sobre o IPCA é um avanço do indicador em 12 meses, o que tem feito o Banco Central subir a Selic, taxa de juros básica da economia, hoje em 4,25% ao ano.
Como o efeito de uma alteração na Selic leva de seis a nove meses para chegar à economia real, analistas avaliam que a inflação em 2021 ficará acima do teto da meta, mas ainda acreditam que a inflação voltará aos trilhos em 2022.
Segundo último Boletim Focus divulgado na segunda-feira, a previsão de analistas do mercado para a inflação de 2021 subiu de 5,97% para 6,07%. Já a expectativa sobre a inflação de 2022 passou de 3,78% para 3,77%. A meta de inflação do ano que vem está fixada em 3,5%.