Guedes diz que pode reformular tabela do IR caso tenha havido "erro na dose"

A reforma tributária eleva o limite de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Físicas (IRPF) de R$ 1.903,98 para R$ 2.500

Foto: Fernanda Capelli
Paulo Guedes apresenta proposta do novo Imposto de Renda, mas diz que pode fazer alterações

O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse que pode rever a proposta de reforma tributária enviada ao Congresso caso tenha havido " erro na dose ". A ideia inicial eleva o limite de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Físicas (IRPF) de R$ 1.903,98 para R$ 2.500. 

"Se tiver erro na dose, vamos consertar, não temos compromisso com erros. Mas a reforma está na direção certa, tributar rendimentos de capital e desonerar empresas e assalariados", declarou o ministro ao G1. 

Guedes desde que assumiu a pasta nega que tenha a intenção de elevar a carga tributária, e defende o atual projeto, mesmo admitindo que podem ter ocorrido enganos. 

"Nosso objetivo é a neutralidade, desonerar empresas e assalariados para estimular a economia e tributar rendimentos de capital. O Brasil, por exemplo, não tributa distribuição de dividendos, enquanto o mundo todo tributa. Precisamos corrigir isso, abrindo espaço para diminuir o Imposto de Renda das empresas", afirmou.

Especialistas dizem que a reforma proposta isenta as classes mais baixas, mas transmite o balanço para a classe média. Isso porque limita a possibilidade de declaração simplificada. Em alguns casos, o aumento da carga tributária pode ser de até 47%

"Se realmente ocorreu, temos de consertar também", diz Paulo Guedes.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, é outro que defende uma análise mais profunda do texto. Ele disse que está "fazendo as contas para não errar" ao comentar as críticas de especialistas à proposta do governo.

Ele defende a redução da tributação sobre dividendos de 20% para 15%. Mas, segundo o parlamentar, "o importante é que vamos votar as reformas. Há grandes interesses que começam a tentar barrá-las". 

Arthur Lira complementou dizendo que os líderes vão decidir até esta terça-feira (6) se a proposta será votada antes ou depois do recesso, que começa na segunda quinzena de julho.