Guedes terá que explicar erro de cálculo na previdência dos militares
Auditoria do TCU apontou subavaliação de R$ 45,47 bilhões
O governo Bolsonaro reduziu propositalmente a estimativa de gasto com a previdência dos militares de 2020 em R$ 45,5 bilhões , segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) . Para compensar, inflou o gasto com servidores em R$ 49,2 bilhões.
“É curioso observar essa diminuição artificial do impacto dos benefícios militares e o aumento do dos demais servidores”, resume o texto sobre o tema. “As falhas alinham-se à forma como o governo conduziu a discussão das reformas do setor público, administrativa e previdenciária”, mostrou a Folha de São Paulo.
Na quarta-feira (30), o ministro da Economia, Paulo Guedes , precisará depor na Câmara dos Deputados para explicar o "erro" nos cálculos. Ele vai prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
A audiência com o ministro foi proposta pelo deputado Leo de Brito (PT-AC) e apoiada pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Padre João (PT-MG), Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP).
"Em documento preliminar, os técnicos apontam que essas distorções são causadas, em grande parte, por uma defasagem das fórmulas usadas pelo governo nas projeções", explica o deputado.
No regime de servidores federais, os técnicos apontam "superavaliação" de R$ 46,9 bilhões no passivo previdenciário. "Em outras palavras, o TCU diz que a projeção de valores a serem desembolsados no futuro para pagar a previdência dos servidores está inflacionada", critica Brito.
"Em contrapartida, no caso dos benefícios de militares inativos, os técnicos detectaram um problema oposto ao do regime dos servidores federais: as cifras foram subavaliadas em R$ 45,47 bilhões", compara o parlamentar.
O ministro da Economia será ouvido a partir das 9 horas no plenário 2.