Dark Kitchen: Conheça o modelo de cozinha que é sucesso entre empresários

Com baixo custo, cozinhas destinadas apenas para delivery podem ser boa opção de negócio para novos empreendedores e de expansão para restaurantes ativos

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Dark kitchen do Divino Fogão em Guarulhos (SP)

Com o agravamento da pandemia de Covid-19 e os fechamentos do comércio para diminuir o índice de contágio da doença, bares e restaurantes buscaram alternativas para manter os estabelecimentos em funcionamento. A opção encontrada foi o delivery , que cresceu no último ano com a necessidade do isolamento social.

Devido as mudanças, empresários e empreendedores passaram a investir em uma nova modalidade de cozinha: as dark kitchen . Criada há pouco mais de 20 anos, o modelo de negócio começou a fazer sucesso no começo de 2020.

Diretor do restaurante Divino Fogão , Rodrigo Varela, lembra do sucesso que teve com a modalidade em cozinhas em São Paulo. Ele ressalta o aumento nas vendas e a expansão da marca em cidades interioranas do país.

"Como os restaurantes estão em shoppings das grandes cidades, pensamos em espandir a marca da interior, não em formato de franquia, mas pequenos restaurantes dark kitchen usarem o cardápio da marca para distribuir via delivery", afirma Varela.

Situação semelhante aconteceu com o empresário gaúcho Thiago Cardoso, da TAG Co Kitchen. Após ver o fechamento de restaurantes , ele viu no dark kitchen uma forma rentável de investimento . Em pouco tempo e com sucesso do formato, Cardoso foi procurado por outros restaurantes para adotarem o modelo.

"É mais prático porque não terá custo de botar em shoppings, alto investimento, esse modelo de negócio está crescendo bastante por quem trabalha com franquias", explica.

Esse modelo também é usado por grandes cozinheiros como Eric Jacquin . O empreendedor francês possui um restaurante em que atende presencialmente na capital Paulista, mas devido aos crescentes pedidos de pratos abriu uma cozinha para atender os deliverys.

"Esse modelo de negócios é realmente onde eu sirvo melhor o meu consumidor, principalmente os ávidos por receber o alimento no local que estiver seja a hora que for",  afirma Simone Galante, CEO da Galunion.

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CEO da Galunion acredita que as dark kitchens deve ser o futuro do setor alimentício

"Elas justamente agregam isso a facilidade de eu poder estar num outro tipo de ambiente que pode ser mais produtivo também e ter um custo de aluguel mais barato", analisa Simone.

“Ele vem gradualmente crescendo e quem entrou na pandemia já com esses modelos de negócio um pouco mais ajustados para o delivery, com a marca com presença digital, conseguiram estabelecer assim muito mais saúde financeira nos negócios do que outros negócios e a gente já tinha visto que essa ocasião de consumo que é receber aonde eu preciso dessa alimentação”, completa.

Baixo investimento e possibilidade de retorno alto

De acordo com a pesquisa feita pela Galunion, o modelo Dark Kitchen, além de ser de baixo custo, pode ser rentável para os empreendedores. Simone estima que o valor da cozinha gira em torno de R$ 5 mil e R$ 15 mil reais.

"O empresário não vai ter garçons, mesas e outros gastos que restaurantes presenciais possuem. É muito mais barato e rentável para o empreendedor. Terá que pagar apenas o aluguel, contas de água e luz, motoqueiro e os alimentos. Colocando na ponta do lápis, vale a pena", afirma.

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Varela vê as dark kitchen entre os empreendimentos mais procurados do país nos próximos anos

Os empresários Rodrigo Varela e Thiago Cardoso concordam com a CEO da Galunion e afirmam acreditar que as dark kitchen devem conquistar mais espaço no setor alimentício.

"São mercados totalmente diferentes, o dark kitchen do restaurante presencial, são 2 nichos de alimentação, são 2 públicos completamente diferentes. Acredito na dark kitchen, tanto que a gente está investido muito nisso para a expansão, abrir mais de 600 unidades nos próximos dois anos", conta Valera.

“É o tipo de operação com baixo custo de investimento porque, afinal de contas, você só tem que montar 20 m2 e os custos são mais baratos. Em um shopping de cozinhas delivery, muitas coisas são rateadas com outros restaurantes”, ressalta Cardoso. 

** João Vitor Revedilho é jornalista, com especialidade em política e economia. Trabalhou na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes em Ribeirão Preto (SP), e na CBN Ribeirão. Se formou em cursos ligado à Rádio e TV, Políticas Públicas e Jornalismo Investigativo.