Segundo semestre deve ser marcado por retomada da economia, avalia Banco Central

Ata do Copom mostra avaliação de que recuperação da atividade tem sido desigual entre os setores da economia. Por outro lado, vacinação deve impulsionar o crescimento econômico

Foto: Redação 1Bilhão Educação Financeira
Banco Central prevê retomada econômica para o segundo semestre por conta da vacinação

O Banco Central (BC) avalia que os efeitos da  vacinação contra a Covid-19 devem ser amplificados no segundo semestre estimulando uma “retomada robusta” da atividade econômica. O cenário consta na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira.

O Copom, que decidiu aumentar a taxa básica de juros para 3,5% na semana passada, verifica que a atividade econômica vem reagindo melhor do que o esperado, apesar da segunda onda de contaminações da Covid-19 ter sido maior do que a antecipada.

"A despeito da intensidade da segunda onda da pandemia ter sido maior que a esperada, os últimos dados disponíveis de atividade têm surpreendido positivamente. Para o Comitê, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”, diz o documento.

De acordo com a ata, o Comitê acredita que o nível de ociosidade na economia está diminuindo em uma velocidade maior do que a esperada e tende a voltar ao nível pré-pandemia nos próximos trimestres. No entanto, ressalta a diferença de recuperação entre os setores.

“Enquanto o setor de bens opera com baixa ociosidade, o setor de serviços mostra dificuldades para se recuperar”, exemplifica a ata.

Riscos fiscais e inflação


Como já haviam feito em reuniões anteriores, os membros do Copom discutiram bastante sobre os riscos fiscais e o impacto de gastos inesperados na inflação. Segundo mostra a ata, essa continua sendo uma preocupação relevante para a decisão de elevar os juros.

Ao anunciar um provável novo aumento de 0,75 pontos percentuais (p.p) na taxa básica de juros na próxima reunião, o Comitê ressaltou que desejar permanecer com os juros ainda baixos. A intenção é colocar a inflação na meta de 3,5% em 2022 e ainda ter juros em patamar estimulativo, que possam contribuir para a retomada.

Uma taxa de juros baixa tende a estimular que empresas e pessoas tomem mais crédito, contribuindo para investimentos mais baratos, o que ajuda a estimular a atividade econômica.

“Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada uma normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica”, diz a ata.