Lula diz que Brasil piorou muito: "Nunca vi tanta fome como agora em SP"
Em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, ex-presidente lembrou impeachment de Dilma e citou ódio dos mais ricos à ascensão social dos pobres
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) afirmou nesta quinta-feira (15), em entrevista à rádio O Povo CBN, de Fortaleza, que nunca viu tanta fome
como agora em São Paulo, na periferia e no centro. Segundo Lula
, o Brasil "piorou muito" desde a saída do PT do poder com o impeachment de Dilma em 2016.
"Em nível interno, internacional, empresarial, de renda e de emprego", elenca o petista sobre o que teria piorado desde a destituição de Dilma . "Há um desrespeito total com o pobre neste país", afirma Lula. "Me parece que as pessoas têm ódio quando o pobre sobe um degrau na ascensão social neste país. Eu fico muito irritado porque nós tínhamos acabado com a fome, a ONU reconheceu, e bastou derrubar a Dilma para 'melhorar o Brasil', segundo nossos adversários" completou.
O ex-presidente, que segundo pesquisa realizada pelo Poder360 é o principal favorito para a Eleição de 2022 - vencendo Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno por 52% a 34% -, evita garantir que concorrerá para voltar ao Planalto no ano que vem, mas ataca o atual governo e mostra disposição para derrubar o bolsonarismo.
"Minha briga agora é para tentar consertar o Brasil", garante Lula, que cita que Bolsonaro faz "tudo diferente daquilo que a ciência brasileira está pedindo" e ainda se aproveita ao atacar governadores e prefeitos.
"Os governadores do Nordeste são exemplos de quem Bolsonaro não devia ter raiva. Bolsonaro deveria chamar estes companheiros e falar: 'como é que vocês fizeram? Me ensinem como é que se faz, porque eu não sei conversar. Eu não sei conviver com quem é contrário'", recomendou Lula ao presidente.
Para o ex-presidente, os governadores nordestinos, em especial Camilo Santana, do PT, "fizeram um trabalho extraordinário" no enfrentamento à Covid-19 . Segundo Lula, Bolsonaro precisa parar de enfrentar os governadores e aceitar que, para diminuir a crise sanitária, agravada nas últimas semanas, terá de buscar ajuda, porque ele não tem capacidade.