Orçamento: Guedes é comparado com navio que encalhou em Suez por travar acordo
Parlamentares tiram sarro do titular da pasta de Economia por complicações políticas
Nos corredores da Praça dos Três Poderes uma nova brincadeira surgiu entre deputados e senadores. O chefe da pasta da Economia, Paulo Guedes, foi apelidado de "Evergreen", a empresa cujo navio bloqueou o fluxo do canal de Suez durante seis dias.
A embarcação, de 400 m de comprimento, encalhou no canal no dia 23 de março e interrompeu uma das rotas comerciais mais importantes do mundo.
O centrão não perdeu a deixa e, devido ao entrave, atribuiu o mesmo nome ao ministro que tem tido resistência em aceitar a demanda de congressistas por emendas no Orçamento e, assim, destravar um acordo para a sanção da peça.
Leia também
- iG sai na frente na telemedicina e lança clínica inteiramente digital
- Bolsonaro critica aumento do gás natural: ‘Inadmissível’
- Auxílio emergencial: governo não usou R$ 29 bilhões liberados em 2020; entenda
Guedes considera a atual proposta de Orçamento inexequível por propor cortes bilionários em gastos obrigatórios, como aposentadorias, para ampliar o valor de emendas parlamentares. O ministro argumenta que a sanção da peça, tal como está, poderia fazer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incorrer em crime de responsabilidade, o que abriria caminho para a abertura de um processo de impeachment.
Em março, o governo prometeu mais R$ 16,5 bilhões em emendas parlamentares em troca da aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) Emergencial. O projeto prevê medidas de controle de despesas e permitiu a nova rodada do auxílio emergencial.
Para a equipe econômica, o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), extrapolou o acordo quando sugeriu o acréscimo de R$ 29 bilhões que acabaram distribuídos em negociações políticas.
A demora em uma definição retomou a pressão no centrão por uma troca de Guedes.