Gás natural vai subir 39% a partir de maio; como você será afetado?

Paulo Guedes, ministro da Economia, falava em cortar pela metade o preço do gás de cozinha, mas valor disparou e tende a subir mais; entenda e saiba como a alta do gás natural deve agravar a situação

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Preço do gás natural vai subir até 39% em maio, anunciou a Petrobras nesta segunda-feira

A partir de 1º de maio, o gás natural vendido às distribuidoras terá um aumento de 39%, anunciou nesta segunda-feira (5) a Petrobras . Diferente do gás de cozinha (embora tenha impacto em seu preço), o gás natural seguirá a tendência dos combustíveis, com um grande aumento em 2021. Nesse caso, a alta vem de uma só vez, enquanto a gasolina e o diesel têm seguidos aumentos menores, que podem diminuir a percepção deles. Vale lembrar que, em 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes , prometeu que os botijões teriam queda de até 50% no preço, chegando a R$ 35 . Dois anos depois, eles chegaram a custar até R$ 105.

Somente em 2021, a Petrobras já aumentou os preços da gasolina em 46,2%; do diesel em 41,6%; e do gás de botijão em 17%. No Brasil, a grande maioria das famílias, 91%, usam botijões de gás para cozinhar, e apenas 8% têm gás encanado, o gás natural, segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De modo geral, portanto, esse reajuste de 39% no gás natural não será diretamente sentido pelos consumidores . Porém, se engana quem faz essa separação pura e simples entre gás de cozinha e botijão de gás e pensa que os bolsos dos brasileiros não serão afetados.

Destinado principalmente para a indústria (43%), a geração de energia elétrica (38%) e para veículos movidos a gás (9%), o consumo do gás natural nas residências responde por apenas 2% do total no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Os efeitos para os brasileiros do reajuste de 39% a partir de maio deverão, consequentemente, ser indiretos.

Como o reajuste afeta seu bolso?

Importante gasto mensal para a indústria, o gás natural mais caro deve ser repassado para o consumidor por meio dos produtos vendidos, que deverão sofrer reajustes. Indústrias de fertilizantes, siderurgia, vidro, papel e celulose, química, cerâmica, cimento e alumínio são algumas das que usam bastante e devem sentir mais o reajuste do gás a partir de maio.

Além disso, o custo para geração térmica deve subir com a alta do gás natural, o que tende a ser repassado aos preços pelas distribuidoras de energia, elevando o preço da conta de luz .

** Gabriel Guedes é editor de Brasil Econômico e Tecnologia do iG. Começou no Portal como estagiário, na semana do primeiro turno das eleições de 2018. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, tem passagem pela Rádio Gazeta Online, antiga Gazeta AM.