Luciano Hang, dono da Havan, defende compra privada de vacinas em petição

Em abaixo-assinado também liderado por Carlos Wizard, fundador da Wizard, empresários defendem que é preciso alterar a legislação e permitir contribuição com o SUS neste momento

Foto: Divulgação
Luciano Hang, dono da Havan, é criador da petição que defende a compra privada de vacinas

No pior momento da pandemia no Brasil, com  mortes diárias superando a média de 3 mil e o pico se aproximando dos 4 mil , a vacinação pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS) começa a acelerar, e empresários querem alterar a legislação para também poderem comprar doses, como uma espécie de auxiliares do SUS, garantindo que mais brasileiros sejam imunizados. Petição criada pelo dono da Havan, Luciano Hang , e também assinada por Carlos Wizard , fundador da Wizard, defende a liberdade da compra de imunizantes.

A petição de Hang e Wizard cita o desejo dos empresários de ajudarem o Brasil neste momento tão delicado e ainda diminuir o peso sobre o SUS , com parte da vacinação ficando a cargo da iniciativa privada. Eles pontuam, no entanto, que a burocracia e outras questões impedem essa ajuda ao sistema público e, consequentemente, atrasam a imunização no País.

Neste momento, a compra de vacinas está restrita ao Poder Público. A ideia da petição é alterar a legislação e permitir a compra privada de imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) ou, até mesmo, outras vacinas que tenham registros internacionais. Um possível entrave a essa ideia é que a maior parte das vacinas já aprovadas contra a Covid-19 são negociadas pelas farmacêuticas apenas com governos federais . Internacionalmente, também não é comum que a vacinação seja conduzida, mesmo que em parte, pela iniciativa privada.

Os empresários discordam da atual legislação porque ela prevê a doação ao SUS de todas as doses adquiridas pela iniciativa privada. Ele defendem o direito de controlar em quem elas seriam aplicadas.

Até este sábado (3), mais de 303 mil brasileiros assinaram e petição liderada pelos donos da Havan e e o fundador da Wizard. A meta é chegar a 500 mil, segundo a ferramenta Change.org .

Vacinação privada vai furar a fila prioritária? Confira trecho da petição

" Vale deixar claro que, de forma alguma, esse abaixo-assinado tem a intenção de interferir ou “furar” a fila de vacinação do grupo prioritário, que compreende quase 78 milhões de brasileiros. O que se pretende é fazer um trabalho paralelo e solidário ao SUS, trazendo a agilidade da iniciativa privada para o processo de vacinação no Brasil.

Há mais de um ano o país e a população sofrem com as medidas restritivas que tentam conter a pandemia. As consequências vão além da crise na saúde. Atingem a economia, a educação, o esporte, as empresas, os empregos, a confiança e a credibilidade do Brasil. A vacinação em massa da população é o caminho para que se tenha o retorno da vida normal ", diz o abaixo-assinado.

** Gabriel Guedes é editor de Brasil Econômico e Tecnologia do iG. Começou no Portal como estagiário, na semana do primeiro turno das eleições de 2018. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, tem passagem pela Rádio Gazeta Online, antiga Gazeta AM.