Após corte de verbas para Censo, presidente do IBGE pede demissão
Executiva alegou motivos pessoais, mas não quis comentar sobre a demissão. Ela deve se manter no cargo até o anúncio do novo presidente
O Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) informou no fim da tarde desta sexta-feira (26) que Susana Cordeiro Guerra pediu exoneração do cargo de presidente do órgão por motivos pessoais e de família. Ela continuará no cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado.
O anúncio do instituto vem logo após o Congresso cortar ainda mais recursos e praticamente zerar a verba para o Censo Demográfico de 2021 .
Ao jornal O Globo , Susana disse que não quer falar nesse momento sobre sua saída.
"Tive que avisar ao Ministério da Economia hoje mas ainda nem comuniquei a minha família", afirmou.
Ainda não há um nome para substituição, mas ela garante que haverá uma transição "com calma".
Susana é especialista nas áreas de reforma do estado, descentralização e fortalecimento da capacidade organizacional do setor público, e já foi economista do Banco Mundial. Estava no comando do IBGE desde fevereiro de 2019.
O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos e é a principal radiografia da população brasileira. Estes dados ajudam o governo e outras entidades a traçarem políticas públicas, por exemplo.
A pesquisa já foi adiada do ano passado para este ano por conta da pandemia de Covid-19. Agora, a pesquisa está novamente sob risco, diante dos cortes no Orçamento.
Antes mesmo dos cortes do relator, o IBGE já havia alterado a pesquisa para fazer o Censo caber no Orçamento estabelecido pelo governo.
Segundo especialistas, o corte pode acarretar em apagão estatístico e minar políticas públicas para os próximos anos.