80 mil cervejas e 700 toneladas de picanha: TCU apura compras das Forças Armadas

Corte acatou representação feita por deputados do PSB a partir de levantamento realizado com base no Painel de Preços do Ministério da Economia; cardápio de luxo é ainda mais amplo e inclui, por exemplo, garrafas de uísque 12 anos

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
TCU apura compra de 80 mil cervejas e mais de 700 toneladas de picanha das Forças Armadas

O Tribunal de Contas da União (TCU) acatou representação feita por deputados do PSB e vai apurar os gastos das Forças Armadas com alimentos e bebidas, que chamaram a atenção em fevereiro por incluírem itens luxuosos , como mais de 700 toneladas de picanha e garrafas de uísque 12 anos.

O levantamento dos gastos das Forças Armadas tem como base o Painel de Preços do Ministério da Economia e ainda aponta valores acima dos praticados pelo mercado.

"Os Comandos das Forças Armadas iniciaram e concluíram processos de compras de 80.016 unidades de cerveja e de 714.700 quilos de carne bovina do tipo picanha, itens que, associados, revelam falta de zelo e responsabilidade com o dinheiro público", diz a representação dos parlamentares do PSB.

No mês passado, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o consumo das Forças Armadas incluiu, no ano passado, milhares de quilos de lombo de bacalhau , garrafas de uísque 12 anos e de conhaque , mais de 700 toneladas de picanha , corte nobre da carne bovina, e ainda 80 mil cervejas .

Ao jornal, o deputado  Elias Vaz de Andrade (PSB-GO) diz que a decisão do TCU de acatar a representação "é o reconhecimento de que há realmente irregularidades graves" nas compras, que tem indícios de superfaturamento.

O Ministério da Defesa nega qualquer irregularidade e diz que "existe sempre uma significativa diferença entre processos de licitação e a compra efetivamente realizada, cuja efetiva aquisição é concretizada conforme a real necessidade da administração".

"É imprescindível que se faça essa segmentação adequada, quando se faz a totalização dos valores", pontua a Defesa.