CVM abre quatro processos para investigar interferência na Petrobras
Demissão de Roberto Castello Branco, currículo de general e operações ilegais na B3 são alvo de órgão regulador
A crise gerada na Petrobras pela intervenção do presidente Jair Bolsonaro, e que resultou na demissão de Roberto Castello Branco, gerou a abertura de quatro processos administrativos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) , órgão que regula o mercado de capitais no Brasil.
Em um dos processos, será analisada a declaração de Bolsonaro de que "algo vai acontecer" na estatal após a companhia reajustar os preços no dia 19 de fevereiro. Nesse caso, o processo, aberto no dia seguinte, vai analisar o cumprimento dos deveres de divulgação de informações pelos acionistas controladores, administradores e demais pessoas relacionadas à Petrobras.
Segundo a CVM, dois processos envolvem a mudança no comando da estatal. Em um dos processos, abertos no dia 23 de fevereiro, a CVM quer analisar a conduta da União no caso envolvendo a divulgação de notícias sobre a destituição do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Já no dia 01 de março, a CVM abriu o terceiro processo para verificar "o enquadramento do currículo do General Silva e Luna aos requisitos previstos na Lei das Estatais, para sua investidura no cargo de presidente da companhia". O Comitê de Pessoas da Petrobras analisa o nome do general nesta terça-feira (16).
Um quarto processo, aberto no dia 2 de março, "trata da análise de indícios de eventual prática do ilícito de uso de informação privilegiada nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2021", conforme revelado pela reportagem.