Bolsonaro diz que lockdown gera desemprego e suicídio: "afronta inadmissível"
Presidente criticou que estados e municípios tenham "mais poder" do que ele nas decisões sobre a pandemia
O presidente Jair Bolsonaro
afirmou, nesta segunda-feira (8), que o lockdown
é uma "afronta". Em entrevista à CNN, ele criticou a estratégia adotada por alguns prefeitos e governadores brasileiros para conter a disseminação do novo coronavírus
(Sars-Cov-2), que avança no país.
"Eu não adotaria a política de lockdown, não deu certo no ano passado. Eu lamento os fechamentos indiscriminados como eu estou vendo aqui em Brasília, toque de recolher. Isso é uma afronta, é uma coisa inadmissível", disse Bolsonaro.
Na entrevista, o presidente defendeu que as restrições podem levar ao desemprego e a problemas psicológicos na população, que podem levar até ao suicídio. "O que eu tenho visto nas mídias sociais, me considero uma pessoa bem informada nessa questão, é o desespero de pessoas no Brasil todo, suicídio agora em Fortaleza... Coisas absurdas vêm acontecendo no tocante ao lockdown. O lockdown leva, sim, ao desemprego, e vai levar à fome, à miséria. Não quero... peço a Deus que eu esteja errado... pode levar à violência, a ações que nós há muito tempo não assistimos aqui no Brasil. Então, é uma política completamente... não é equivocada, não, é errada essa política de lockdown. Saúde e economia têm que andar de mãos dadas".
Bolsonaro ainda criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal que, ainda no início da pandemia de Covid-19 , em abril de 2020, deu a governadores e prefeitos mais poder para definirem regras de isolamento para conter o avanço da doença.
"Com todo o respeito que eu tenho a todos os poderes aqui no Brasil, não pode um município, um prefeito, com menos de mil eleitores ter mais poderes que um presidente da república com 58 milhões de votos", afirmou.
No momento, o Brasil tem 266.398 óbitos por Covid-19
. Só nas últimas 24 horas, 987 vidas foram perdidas para a doença, que enfrenta seu pior momento no país. O lockdown
é uma medida que visa conter a circulação de pessoas a fim de diminuir a disseminação do novo coronavírus
.