Combustíveis: Senadores querem ouvir Cade sobre suposto cartel de postos
Após receber a tarefa de fiscalizar crimes de competição desleal, o Cade vai reportar as investigações ao poder Legislativo
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, aprovou nesta quinta-feira (25) um requerimento para ouvir o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto. A suposta existência de um cartel formado por distribuidoras de combustível será tema de uma audiência pública ainda sem data definida.
“A ANP não permite a venda direta entre as refinarias e os postos de combustíveis. Precisamos rever o sistema de distribuição no nosso país. O mercado está privilegiando esse segmento econômico e faz-se necessário alterar essa dinâmica e ampliar a concorrência”, avaliou o senador Otto Alencar (PSD-BA) autor do requerimento.
Alencar também assina um projeto de decreto legislativo (PDS 61/2018), que suspende um artigo da Resolução 43, de 2009, da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O dispositivo em vigor estabelece que todo combustível deve passar por uma empresa distribuidora antes de chegar às revendedoras.
“O aumento desenfreado nos preços dos combustíveis prejudica diretamente a população brasileira, que já carece com as dificuldades de transporte, seja ele público ou privado. Esse sistema de distribuição, que desampara os consumidores, impede soluções de fato que diminuam o valor dos combustíveis”, acrescentou o senador, Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Aumento dos preços
O Cade monitora o preço dos combustíveis em postos de todo o país desde 19/02 . A determinação acontece após a Petrobras anunciar um reajuste nos valores da gasolina (10,2%) e do diesel (15%) nas refinarias .
O monitoramento avaliará como o quarto reajuste deste ano vai chegar nas bombas dos postos. A investigação verificará se os revendedores adotarão práticas anticompetitivas como a “colusão”, que é quando dois concorrentes fecham acordos entre si para implementar um aumento de preços igual.