Caixa cria linha de crédito habitacional com correção pela poupança
Com a nova modalidade, banco agora dispõe de quatro tipos de financiamento imobiliário
A Caixa Econômica Federal lançou, nesta quinta-feira (25), uma nova linha de financiamento habitacional, atrelada ao rendimento da poupança , seguindo o movimento iniciado pela concorrência. As taxas de juros na modalidade vão variar entre 3,35% ao ano para quem é cliente e 3,99% para não correntista, mais a variação da poupança, hoje em 1,40%. O prazo de pagamento é de 35 anos.
A nova linha começará com R$ 30 bilhões e estará disponível a partir de 1º de março em todas as agências da Caixa para novos contratos.
O rendimento da poupança varia de acordo com a taxa básica da economia (Selic) . Equivale a 70% da Selic quando é igual ou menor a 8,5% ao ano, ou 6,17% ao ano, quando a taxa supera 8,5% ao ano. O saldo devedor na nova modalidade de financiamento será atualizado mensalmente pela Taxa Referencial (TR), atualmente zerada.
"Estamos com as menores taxas de juros da história e os preços dos imóveis ainda não se recuperaram totalmente. Temos um momento muito importante para o financaimento imobiliário e compra da casa própria", afirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Com o anúncio, a Caixa passará a ofertar aos clientes quatro alternativas de crédito imobiliário. A linha tradicional (corrigida pela TR), com taxas que variam entre 6,25% e 8% ao ano; a modalidade atrelada à inflação medida pelo IPCA, com percentual entre 2,95% e 4,95% ao ano; e empréstimo com juros fixos entre 8% e 9,75% ao ano.
Em 2020, o saldo da carteira de crédito imobiliário da Caixa atingiu R$ 509,8 bilhões e 5,6 milhões de contratos. As novas concessões somaram R$ 116 bilhões no ano passado. Do total, R$ 53,7 bilhões foram com recursos da poupança e R$ 62,3 bilhões do FGTS , no programa Minha Casa Minha Vida, batizado de Casa Verde e Amarela pelo atual governo. Os dados reforçam a liderança da Caixa no mercado, com participação de 68,8%.
Em abril do ano passado, no auge da pandemia, o banco tomou medidas para apoiar o setor da construção civil e de estímulo aos consumidores, como prazo de carência nos novos contratos. Os clientes também puderam dar uma pausa no pagamento das prestações.
Segundo a Caixa, cerca de 2,53 milhões de contratos foram pausados no período e, atualmente, 97,8% deles contratos já regularizaram a situação. A inadimplência da carteira habitacional pessoa física encerrou 2020 em 1,28%.
"Em um ano desafiador, adotamos medidas estruturantes que contribuíram para manter ativo o mercado da construção civil, com crédito acessível para este setor, que é um dos maiores empregadores no país", disse Guimarães.