Taxa de inadimplência encerra 2020 no menor nível da série histórica
Estímulos a renegociações de financiamentos e o auxílio emergencial ajudaram a reduzir o índice
A taxa de inadimplência
no sistema financeiro chegou a 2,9% em dezembro de 2020, o menor patamar da série histórica iniciada em março de 2011. O número, que aconteceu após sete quedas mensais seguidas, foi divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central
.
Em abril, mês com impacto mais agudo da crise, a taxa estava em 4%, se manteve nesse nível em maio e nos meses seguintes começou a cair seguidamente. Em julho, atingiu 3,6%; em outubro, 3,1%; e em dezembro, 2,9%.
Essa queda pode ser vista tanto em recursos de pessoas físicas quanto de empresas. Para pessoas físicas , a inadimplência estava em 5,5% em abril, em 4,9% em agosto e atingiu 4,2% em dezembro.
No caso de empresas , a taxa era de 2,4% em abril, caiu para 1,7% em agosto e chegou a 1,4% em dezembro.
Apesar de parecer um pouco contra intuitivo, a queda na inadimplência durante uma crise econômica tem algumas explicações. As primeiras têm a ver com as medidas de enfrentamento aos efeitos da crise.
Por exemplo, o auxílio emergencial teve um grande impacto na renda de muitas famílias, o que pode ter contribuído para que elas pagassem dívidas ou mesmo evitassem deixar de pagar alguns compromissos.
No mesmo tema, as instituições financeiras de modo geral, estimuladas pelo Banco Central
, passaram a renegociar contratos
de empréstimos para evitar o não pagamento desses compromissos. Por vezes, essas renegociações previam aumento dos prazos de pagamento ou um período de carência.