FMI alerta que mercados estão esperançosos demais com realidade econômica

Segundo o organismo, os investidores precisam ser mais cautelosos com suas previsões e expectativas de retomada e de auxílios governamentais. O desalinho pode criar uma correção nos mercados.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) advertiu nesta quarta-feira (27) que existe uma "desconexão" entre os mercados e o futuro mais imediato. De acordo com a organização, a economia mundial ainda está muito abalada pela pandemia e isso pode estar escapando das projeções dos investidores que apostam em uma reativação e no apoio econômico contínuo dos governos.

Os investidores podem ter se tornado tolerantes demais com as condições financeiras, o que cria o risco de uma correção nos mercados, informou o organismo financeiro.

Os riscos para a estabilidade financeira estão sob controle, "mas não podemos tomar isto como certo", informou Tobias Adrian, conselheiro financeiro do FMI, no último relatório sobre a Estabilidade Financeira Global.

Os mercados estão apostando no contínuo apoio das políticas oficiais de estímulo. Mas a "desconexão entre mercados financeiros exuberantes" e uma recuperação econômica lenta fazem pairar a ameaça de "uma possível correção no mercado", disse Adrian.

Vacina e incertezas  


O FMI atualizou nesta terça-feira (26) seu relatório de "Perspectivas Econômicas Mundiais" com uma melhora das projeções para a economia em 2021, prevendo uma expansão da economia global de 5,5%.

Esta melhora se deve às expectativas de que  a vacinação possa mudar o rumo da pandemia e às ajudas maciças lançadas por muitos governos.

Mas o FMI também advertiu que existe uma "incerteza excepcional" sobre estes prognósticos. A entidade destacou que "os mercados financeiros miraram para além do repique mundial de casos de Covid-19".

Os especialistas advertiram ser "provável que o acesso às vacinas seja desigual" e destacaram que um atraso no acesso a serviços integrais de saúde poderia "impedir uma recuperação mundial completa e pôr em risco o sistema financeiro".